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Música
Artigo

Iron Maiden em Belo Horizonte

Banda faz show histórico na capital mineira

RM
25.03.2009, às 19H00.
Atualizada em 01.02.2018, ÀS 15H05

Quando o Iron Maiden passou pelo Brasil no ano passado, o vocalista Bruce Dickinson prometeu que a banda voltaria ao país este ano, com um show - e uma turnê - maiores. Promessa cumprida. Essa sétima passagem do Iron por aqui teve um total de seis apresentações, incluindo cidades onde eles nunca haviam tocado antes, como Brasília, Recife e Belo Horizonte.

Iron Maiden 2009

A apresentação na capital mineira aconteceu no dia 18. Apesar dos preços salgados - o ingresso mais barato (arquibancada) custava a bagatela de R$ 200,00 - e do local (o estádio do Mineirinho) já sabidamente conhecido pela sua acústica deficiente, o Iron Maiden provou mais uma vez a força e relevância no gênero musical no qual se insere. Se os dados extra-oficiais estiverem certos e os 20 mil ingressos colocados à venda realmente foram todos vendidos, havia mais gente presente ao show do que acompanhando a partida Cruzeiro x Universitário Sucre, que acontecia praticamente na mesma hora, no vizinho estádio do Mineirão. 

O show estava marcado para as 21h e repetindo o que aconteceu ano passado, quem aqueceu a platéia foi a cantora Lauren Harris, filha de Steve Harris, baixista do Iron. Com o Mineirinho ainda com metade dos seus espaços vazios, ela mostrou músicas do seu primeiro álbum, Calm Before the Storm. Não há muito o que se dizer sobre Lauren. A menina tem uma boa presença de palco, corre descalça pra lá e pra cá o tempo todo, sua banda é competente - ainda que o guitarrista e o baixista sejam adeptos de caras e bocas sobre o palco - , mas sua voz é fraca e suas letras são direcionadas a um público adolescente fã de Avril Lavigne. Se ela não fosse filha de quem é jamais abriria shows do Iron - não por incompetência, mas por diferenças gritantes entre seu estilo e o da banda do papai.

Exatamente às 21h03, os PAs do Mineirinho começaram a execução de "Doctor Doctor", que se tornou uma espécie de sinal amarelo nessa turnê, aquecendo a multidão, que agora já lotava o ginásio. A música é interrompida para que os telões ao lado do palco mostrem um vídeo com imagens do Eddie Force One - o avião usado pelo Maiden na turnê -, agora ao som de "Transylvania". Ao fim disso, o clássico discurso de Wiston Churchill soa alto, anunciando a primeira música da noite: "Aces High".

O fato do Mineirinho ser um local acanhado impediu que o Iron montasse toda a parafernália que o acompanha nessa turnê, em termos de decoração de palco. A esfinge atrás da bateria, por exemplo, deu lugar a uma série de bandeiras, que mudavam durante o show. A pirotecnia, ainda que presente, se mostrou contida. Nada disso, no entanto, tirou o brilho da apresentação. 

A turnê Somewhere Back in Time Tour é focada nos primeiros anos da banda, que cobre o período entre 1980 a 1987 - anos de lançamentos de Iron Maiden e Seventh Son of a Seventh Son. A única exceção é a música "Fear of the Dark", faixa do disco homônimo, de 1992. Com um repertório desses, o Maiden já entra no palco com o jogo ganho. Todas as músicas - e mesmo algumas partes instrumentais - são cantadas, sem exceção, pelo público, chegando até a abafar a potente voz de Bruce Dickinson.

Aliás, como sempre, Bruce foi o destaque. Mesmo menos falante do que o normal, ele é o cara que corre o tempo todo, grita, agita e comanda o público como se fosse uma orquestra. E ainda improvisa de maneiras no mínimo insólitas para o vocalista de uma banda há muito considerada "satanista" por radicais mais radicais. Durante a apresentação de Belo Horizonte, um fã jogou uma faixa no palco. Bruce a pegou e tentou ler naquele seu português capenga. Foi aos bastidores e voltou de lá com um espécie de apito, com o qual soprou no microfone os acordes do refrão de "Alexander the Great", música que, concluímos, o fã pedia na faixa atirada ao palco. A galera entendeu a brincadeira e entoou junto o refrão da música, o que Bruce considerou como um pedido atendido antes de voltar à programação normal da apresentação.

Não há muito mais a se falar que já não tenha sido dito antes sobre o Iron Maiden. Bruce comanda a festa, e Adrian Smith, Janick Gers, Dave Murray (guitarras), Nicko McBrain (bateria), Steve Harris (baixo) e Eddie - que aparece durante a execução de "Iron Maiden" - fazem bem seus papéis, mostrando por que o Iron Maiden, mesmo em seu 31º ano de carreira, está no auge de sua popularidade. Uma popularidade que deve continuar por muito tempo ainda, já que tanto Bruce - ao vivo nos shows - quanto Adrian Smith já anunciaram um álbum novo de inéditas da Donzela para o próximo ano. E uma nova promessa já foi feita: em 2011 a banda volta ao país. Assim esperamos.