Música

Entrevista

Ego Kill Talent | "A gente cabe tocando tanto com Megadeth como no Lollapalooza", diz guitarrista

Theo Van Der Loo fala ao Omelete sobre a ascenção, o futuro e o envolvimento do baterista do System Of A Down na banda

27.02.2018, às 15H33.
Atualizada em 05.03.2018, ÀS 00H01

Não é à toa que o Ego Kill Talent foi convidado para abrir a turnê do Foo Fighters com o Queens Of The Stone Age no Brasil. Um dos maiores expoentes do rock no país, o EKT não só já tem Rock In Rio no currículo, mas também tocou no Maximus Festival e chegou a fazer turnê na Europa, tocando no Download Festival em Paris. Agora, a banda de São Paulo passa por uma bela fase, com lançamento de clipe, abertura de Foo Fighters e, em março, show no Lollapalooza. O baixista e guitarrista Theo van der Loo conversou com o Omelete sobre a combinação de sons e públicos, o crescimento surpreendente da banda e o que esperar do futuro do EKT.

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“É muito estranho pra nós, porque as coisas tem acontecido de jeito muito grande e muito rápido”, disse o músico. E ele não exagera: “A gente sente todo dia um pouquinho mais. Quando subimos no palco do Rock In Rio, ou quando recebemos o convite pra tocar com o Foo Fighters, quando gravamos o clipe no deserto do Atacama, ou quando vem o anúncio do Lollapalooza. A gente fica muito agradecido”.

O Ego Kill Talent nasceu em 2014, mas passou por uma fase de formação até se estabelecer com Van der Loo, Niper Boaventura, Jonathan Correa, Raphael Miranda e Jean Dolabella. Surpreendentemente, a banda chegou até a tocar com John Dolmayan, do System Of A Down, que contribuiu para a sonoridade que o conjunto criou: “Quando a gente decidiu fazer a banda, ele estava de férias no Brasil e eu levei ele no estúdio, meio de surpresa. A gente mostrou o som e ele falou: 'eu estava com medo de ser ruim porque eu ia ter que te falar, mas eu achei muito bom!'. Ele foi uma das primeiras pessoas de fora da banda para quem a gente mostrou o material, não tínhamos nem letras ainda”.

Um dos elementos mais chamativos do Ego Kill Talent é sua capacidade de agradar públicos tão diferentes. Na mesma linha do Foo Fighters, a banda angaria fãs desde o rock alternativo até o som mais pesado, algo que o baixista e guitarrista atribui à paixão por todo tipo de música: “a gente já tocou no Santiago Gets Louder, com o Megadeth, tanto quanto com o Foo Fighters, ou Lollapalooza. A gente sente que isso acontece porque realmente curtimos todos esses estilos, e isso se traduz no som”. Questionado sobre a resposta de público distintos, o músico notou que a banda consegue se conectar do mesmo modo: “Até hoje, parece que a gente se conecta da mesma forma com públicos diferentes”.

Mas neste quesito, o funcionamento único da banda, que trabalha de forma rotativa e coletiva, isto é, os membros revezam entre si nos instrumentos, pode ter contribuído também: “É indiferente quem trouxe a ideia do riff, quem escreveu a letra. Muitas vezes a gente nem lembra, porque estamos sempre tão juntos, debatendo e compondo, que não lembramos quem deu qual sugestão em qual música. É assim porque queremos criar algo que emocione de verdade, para poder falar ‘essa música representa de verdade o ekt’. A autoria é sempre dos cinco”.

Depois de abrir os shows do Foo Fighters, o EKT segue para se preparar para o Lollapalooza, onde toca no segundo dia, 24 de março. Mas Van Der Loo já adianta o que podemos esperar para o futuro do conjunto: “Já temos uma música nova gravada, que deve ser lançada no primeiro semestre, e temos muitas ideias para o próximo álbum”. O guitarrista não quis especificar uma data, mas já deu pistas: “Acho que ainda este ano começamos com a pré-produção”.

O EKT abre os shows da turnê do Foo Fighters no Brasil, no dia 25 de fevereiro no Rio de Janeiro, 27 e 28 em São Paulo, 2 de março em Curitiba e 4 de março em Porto Alegre - veja informações e valores de ingressos.

A banda toca também no segundo dia do Lollapalooza, 24 de março - veja aqui o line-up por dia.