Música

Artigo

Crônicas Omeléticas: Mamonas Assassinas

Crônicas Omeléticas: Mamonas Assassinas

02.03.2006, às 00H00.
Atualizada em 14.11.2016, ÀS 11H05
Há exatos 10 anos eu trabalhava na rádio 89 FM. Naquela época era comum ficar por lá até tarde durante a semana e eventualmente perder os sábados e domingos em algum evento.

Me lembro bem que no dia 3 de março de 1996, um domingo, eu estava lá na rádio quando o telefone tocou. Era muito cedo e a notícia era um tanto quanto bombástica: o avião dos Mamonas Assassinas tinha caído quando eles estavam voltando de um show em Brasília. Na hora achamos que era trote, mas depois vimos que o assunto era sério.

Como a 89 FM foi a primeira a tocar a música da banda em São Paulo (dizem que a primeira a tocar no Brasil foi a Cidade FM, do Rio de Janeiro) havia uma ligação muito forte entre quem trabalhava por lá, os integrantes do grupo e os fãs. Quando Dinho e companhia passavam pela empresa, ninguém conseguia trabalhar. Todas aquelas brincadeiras e piadas que estavam nas suas músicas e seus shows não era encenação. Eles eram mesmo daquele jeito!

Tive a chance de ver os Mamonas em ação por três vezes. Os locais eram bem diferentes um do outro, mas o clima era sempre o mesmo: muita diversão em cima e fora do palco. E apesar de toda a bagunça que faziam, o mais legal dos shows era ver que os caras realmente tocavam e muito!

Olhando para a platéia, dava para entender um dos principais segredos da banda: eles falavam com todo mundo. De patricinhas a pessoas de menor poder aquisitivo, de roqueiros a sertanejos, de crianças a adultos. Ninguém ficava imune às suas piadas.

Tentar imaginar o que seria dos Mamonas Assassinas hoje seria ridículo. Seu curto legado de apenas um disco oficial nos deixa apenas a certeza de que eles viveram cada minuto da forma que mais gostavam e o trágico fim - que completa uma década - serve apenas de triste contraponto para toda a alegria que eles semearam por aí.