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Crítica

Placebo em São Paulo | Crítica

Banda mantém foco na fase atual, priorizando disco novo e deixando de lado músicas consagradas

15.04.2014, às 17H07.
Atualizada em 09.11.2016, ÀS 11H00

Brian Molko não se apega ao passado do Placebo. No show da banda em São Paulo na última segunda-feira (14), Molko e companhia deixaram claro: a banda não é mais a mesma do início de carreira e, portanto, não vai ficar presa a canções que fizeram sucesso àquela época. Na apresentação, que durou cerca de 1h30, o foco estava no disco que dá nome à turnê, Loud Like Love, lançado em 2013.

placebo

Para quem só conhece a fase mais antiga (e famosa) do Placebo, podia até parecer outra banda no palco. Entretanto, não foi o caso para as cerca de quatro mil pessoas presentes no Citibank Hall, que vibraram com uma apresentação empolgada e com som bem pesado - em boa parte, por conta da mão do baterista Steve Forrest.

Não à toa, a maioria do setlist - a mesma das duas últimas apresentações da turnê, na Argentina e no Chile - foram lançadas após a entrada de Forrest na banda. Após abrir com "B3", do EP homônimo de 2012 e "For What It’s Worth", de 2009, o Placebo emendou várias músicas do novo disco, como "Loud Like Live" (cantada de cor pelos presentes, que levaram placas com o título da música), "Twenty Years", "Scene of the Crime" e "A Million Little Pieces".

O trio, acompanhado por uma competentíssima e versátil banda de apoio, se resumiu a tocar as músicas e interagiu pouco com a plateia, mas quando o fez, foi de forma provocativa: em "Too Many Friends", que fala sobre amizade e relacionamentos em redes sociais, Molko cantou "tudo o que vocês fazem é olhar para um telefone", apontando para a plateia, que estava com vários celulares apontados para o palco.

As poucas canções mais antigas do grupo foram tocadas com arranjos bem diferentes: "Every You Every Me", "Special K", e "The Bitter End" foram tocadas com peso, rapidez e diversas improvisações no vocal. Já "Meds" ficou mais lenta, com direito a interpretação solo de Molko. Também fizeram parte da setlist várias canções dos dois álbuns anteriores a “Loud Like Love”, de uma fase da banda que flerta com o eletrônico e o industrial - o que explica a escolha do Mixhell, projeto de eletrônica de Iggor Cavaleira, para abrir o show do grupo.

Setlist

B3
For What It’s Worth
Loud Like Love
Twenty Years
Every You Every Me
Too Many Friends
Scene of the Crime
A Million Little Pieces
Speak in Tongues
Rob a Bank
Purify
Blind
Exit Wounds
Meds
Song to Say Goodbye
Special K
The Bitter End

Bis

Teenage Angst
Running Up That Hill
Post Blue
Infra-Red

Nota do Crítico
Bom