Música

Crítica

Paralamas do Sucesso - Show dos 30 anos de carreira | Crítica

Grupo viaja no tempo com suas canções em perfeita sintonia com a plateia

05.05.2013, às 23H50.
Atualizada em 21.12.2016, ÀS 06H04

Em tempos de sucessos fulgazes, de bandas dissolvidas pelo ego do integrante principal e de refrões sem sentido repetidos a exaustão, os 30 anos de carreira do Paralamas do Sucesso é algo que merece uma grande comemoração.

paralamas

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Com o devido clima de festa e expectativa, o público lotou os cinco andares da Fundição Progresso, na Lapa (RJ), no último sábado (4/5). Eram muitos jovens, alguns acompanhados das mães, grupos de amigos, casais de todas as idades e cinquentões, que quando vistos sozinhos aparentavam estar deslocados em uma casa de show que talvez não costumam frequentar. Esse mix de estilos reflete como a banda segue angariando novos fãs, sem perder a fidelidade dos mais antigos.

O show, marcado para às 22 horas, só começou à meia-noite, quando a plateia começava vaiar. Herbert Vianna, João Barone e Bi Ribeiro, entraram no palco ao som de "Vulcão Dub/ Fui Eu", seguido de "Alagados", fazendo o público pular e gritar histericamente. Acompanhados do "quarto Paralama", o tecladista João Fera, com a banda há 27 anos, e dos músicos Bidú Cordeiro (trombone) e Monteiro Júnior (saxofone), o trio de Brasília não utilizou efeitos ou cenário rebuscado. O brilho da apresentação estava na simplicidade - um telão atrás deles exibia o ano em que a música executada foi lançada, fotos antigas e alguns clipes.

Os Paralamas tinham total controle sobre tudo e todos. O repertório, como esperado, foi sucesso atrás de sucesso. A passagem entre as músicas era para tomar fôlego e começar a cantar a próxima. Não havia muito tempo (ou necessidade) de conversar com público, tudo foi dito nas canções. E se quisessem tocar todo o set, como o próprio Herbert ressaltou, seria preciso menos "lero-lero". O fato é que eles queriam tocar.

Um zappear incrível entre início da carreira, passado não tão remoto e presente,que  acompanhado na ponta da língua pela plateia. Não importava o ano; fosse 1984 com "Me Liga", 1995 com "Uma Brasileira" ou 2002 com "Cuide Bem do Seu Amor" a empolgação não se alterava. O repertório trabalhou como uma máquina do tempo perfeita para mostrar a importância das composições da banda.

Relaxados e felizes no palco, eles emocionaram o público com as clássicas "Lanterna dos Afogados", "Busca Vida" e no cover de "Como uma Onda". As versões, aliás, marcaram presença também com "Whole Lotta Love", do Led Zeppelin, e "Gostava Tanto de Você", de Tim Maia. Sem deixar o clima de balada perdurar mais que o necessário, o show foi salpicado pelas agitadas "Óculos" e "Loirinha Bombril". Assim que os músicos saíram do palco, a plateia pediu que voltassem demonstrando toda admiração em forma de "parabéns a você" à banda.

Ainda sozinho no palco e pronto para o bis, Herbert brincou dizendo que sempre espera por esse momento quando saem do palco: "tomara que eles peçam [bis], tomara que eles peçam [bis]". Interessante notar como todos ali prestigiaram a importância daquela noite singular. Público e banda estavam juntos para fazer o sentimento ser transmitido. A alegria explícita em cada olhar foi determinante para tornar o show memorável.

Nota do Crítico
Bom