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Crítica

Panic! At The Disco - Death of a Bachelor | Crítica

Ambicioso como sempre, Panic! acerta em cheio com grandes sacadas pop

05.02.2016, às 10H42.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

Desde que lançou seu primeiro disco há 11 anos e ganhou fama mundial com o single “I Write Sins Not Tragedies”, o Panic! At The Disco mostrou que era muito mais do que a sua primeira impressão emo sugeria. E uma das coisas mais legais da banda – hoje, no quinto disco, Death of a Bachelor, fica fácil perceber – é a sua versatilidade.

Dá pra passear por diversos estilos diferentes de música em todos os discos: “I Write Sins Not Tragedies” e “London Beckoned Songs About Money Written By Machines” são alternativas, inquietas. “Nine In The Afternoon” é deslumbrante e teatral, quase sinfônica. “Always” é delicada e acústica, “Collar Full” é rock n roll com um toque de pista de dança. Só para citar algumas, o interessante do Panic! é que eles não se aventuram nesses estilos todos no escuro: seja qual for a pegada de cada música, ela tem uma marca registrada que deixa facilmente identificável o som da banda, mesmo quando eles atiram para todos os lados.

E em "Death Of a Bachelor” não é diferente. Talvez a temática seja um pouco mais adulta, com reflexões sobre a passagem da vida de solteiro para a vida de casado de Brendon Urie, mas as marcas registradas da banda estão lá: as camadas e mais camadas de produção impecável e cirúrgica, a variedade de estilos, a técnica instrumental apurada e os vocais exuberantes.

Tão ou mais grandioso que os álbuns anteriores, aqui o Panic! continua com suas ambições sonoras, com muitas batidas eletrônicas, vozes dobradas e sintetizadores. E, claro, guitarras para todo lado. O disco é empolgante e muscular, e mantém o alto nível de criatividade da banda em músicas que te pegam logo de cara como a própria “Death Of a Bachelor”, e as que causam um estranhamento no começo mas depois surpreendem, como a semi-gospel “Hallelujah”.

A balada “Impossible Year” é uma das melhores performances vocais de Urie até hoje, onde ele invoca seu melhor lado Frank Sinatra, e a pegajosa “Victorious” é um chiclete que não desgruda da sua cabeça. Prepare-se para cantar o refrão sem parar. Uma das melhores melodias do disco, essa música é um dos melhores exemplos de todos os talentos da banda, combinados: guitarras e sintetizadores juntos, vocais agudos e cheios de camadas, inspirados no Queen, e uma batida que estremece tudo e arrebata o ouvinte. Tudo empolga, e a música é curta o suficiente para deixar você com vontade de ouvir de novo. E de novo. E de novo.

Death Of a Bachelor continua a trajetória ambiciosa do Panic! At The Disco e acerta em cheio, equilibrando experimentalismo com grandes sacadas pop. E é isso faz a gente cantar junto e se empolgar. 11 anos e 5 discos depois, agora é certo que eles sabem muito bem o que estão fazendo.

Nota do Crítico
Excelente!