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Megadeth - Dystopia | Crítica

Habilidade de Kiko Loureiro e bom momento criativo de Dave Mustaine moldam disco surpreendente

29.01.2016, às 10H18.

Que surpresa boa o novo álbum do Megadeth. Dystopia – o 15º disco da banda – soa como uma bem-vinda volta às raízes: é agressivo, é rápido, é nervoso. Ou, pelo menos, mais nervoso que Super Collider ou Endgame.

Com a chegada de Kiko Loureiro, que fez do Angra um dos grupos brasileiros mais populares dos anos 1990, o Megadeth ganhou um grande presente: ele já é um dos guitarristas mais criativos e refinados que a banda já teve, e seu estilo se integrou de forma muito natural ao som dos caras.

Outro novo integrante é Chris Adler, baterista que, logo à primeira audição, já deixa claro que é um dos grandes responsáveis pelo punch renovado e corpo do disco. Na faixa título, esbanja técnica de bumbo e ajuda a cozinha da banda a se manter nos trilhos impecavelmente.

Óbvio que nada disso serviria se as ideias (os riffs e os vocais) de Dave Mustaine não fossem boas o suficiente. Nenhuma técnica instrumental consegue salvar uma ideia fraca de melodia, de harmonia, de música e o líder do Megadeth se mostra em plena forma quando apresenta "Death From Within" ou "Post American World", duas das mais tensas e interessantes faixas do novo disco, com aqueles riffs criativos, cheios de reviravoltas.

"Poisonous Shadows" também impressiona pela orquestra que cria uma atmosfera sinistra, "Lying In State" é um soco no estômago de tão pesada e "Foreign Policy" é um fechamento inusitado, como se a banda parasse pra respirar, e ainda assim, em outro mood, soa enérgica e conceitual.

Dystopia agrada porque tem foco. O disco é eletrizante mas não é aleatório. Mustaine é bom de ideias e parece estar novamente em um de seus excelentes momentos criativos, trazendo uma temática uniforme para o álbum e embalando-a com rock pesado e excelente do começo ao fim.

Nota do Crítico
Ótimo