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Linkin Park em São Paulo | Crítica

Banda mescla sucessos da carreira em curtíssímo show com ótima produção

08.10.2012, às 18H03.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H41

Na primeira vez em que esteve no Brasil, em 2004, o Linkin Park estava no auge. Até ali, o grupo tinha dois álbuns lançados, milhares de cópias vendidas e músicas no topo das paradas. Oito anos depois e três controversos discos a mais na carreira, o grupo de new metal dos EUA volta à capital paulista com a turnê de seu último trabalho, Living Things.

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Fotos: Mariana Uchôa

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Duas horas antes de o show começar, a Arena Anhembi já estava tomada por 27 mil pessoas que acompanhavam empolgadas o Charlie Brown Jr. abrir o evento. Às 21 horas, conforme informado nos anúncios, o DJ Joe Hahn subiu ao palco e chamou Mike Shinoda, Chester Bennington e companhia para levantar o público de imediato com "Faint". O clima de show de rock continuou com "Papercut" e "Given Up", seguidas pelo rap inicial de "With You" e do hit "Somewhere I Belong".

Quase 20 minutos depois do início da apresentação, Bennington agradeceu a presença do público e continuou o show com "In My Remains". Até aquele momento, a banda negligenciava as baladas pop que compôs nos últimos álbuns - escolha que tornava o show mais empolgante do que o esperado. A ótima regulagem do som e os enormes telões posicionados atrás e ao lado da banda mostravam os detalhes da performance, mesmo para quem estava a mais de 50 metros do palco. Outro fator que ajudou na apresentação foi a inclusão de três plataformas que deixavam os músicos mais acima que o normal, e sempre em contato com a plateia.

Após "Breaking The Habit", uma série de músicas calmas arrefeceu os ânimos do público. A quebra de ritmo mostrou que não é somente nos discos que as experimentações pop do Linkin Park não funcionam; ao vivo elas quebram toda a empolgação construída na primeira hora do show. No total, foram cinco músicas cantadas de forma passiva por um público que, há alguns minutos, batia cabeça freneticamente. Ainda que a performance não ajudasse, a iluminação, combinada com o enorme efeito de fumaça vindo do palco, mantinha intacta a aparência de superprodução da apresentação.

A breve parada depois de "Lost In The Echo" indicava a chegada do terceiro e último ato, apenas uma hora depois do início. Em "Numb", ajudado pelos equalizadores e com sua voz potente, Chester Bennington berrou e comandou o público. Com "One Step Closer" e "New Divide", música-tema de Transformers: A Vingança dos Derrotados, a banda se despediu do público que, por incrível que pareça, não clamou pelo retorno do grupo - talvez incrédula pelo curto tempo de performance e também aguardando uma série de singles que não tinham sido cantados. O óbvio bis veio com "Burn It Down" - única música de Living Things que realmente levantou a audiência - "In The End" e "Bleed It Out".

Com cronometrados 92 minutos, o Linkin Park se despediu do público sem tocar hits como "Crawling" e "From The Inside". A magnitude tecnológica da produção é indiscutível, desde os telões em alta definição até o sistema de iluminação e os fogos de artifícios da etapa final. Apesar do profissionalismo e da entrega dos músicos, porém, o pouco tempo de show não condiz com o preço dos ingressos ou mesmo a fama da banda.

Veja a nossa galeria de fotos do show

Confira o nosso especial sobre o Linkin Park

Nota do Crítico
Bom