Música

Crítica

Justin Timberlake - The 20/20 Experience | Crítica

Um par de ótimas canções salva o álbum pop mais esperado do ano

19.03.2013, às 19H16.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H40

Em seu novo disco, Justin Timberlake muda a temática das músicas, demonstra mais capricho como produtor, transforma seu visual, mas não evolui musicalmente. Em sua essência, The 20/20 Experience é como seu último trabalho, FutureSex/LoveSounds, um álbum fiel ao conceito proposto, mas com poucas canções de valor.

A apresentação do disco, da concepção visual à mercadológica, é executada de forma impecável. Além do porte mais limpo e classudo ostentado em todas as apresentações e promoções do álbum, a maioria das músicas traz uma junção entre o pop e standards oitentistas - metais e sintetizadores se unem de forma agradável em faixas como "Suit & Tie" e "Pusher Love Girl", por exemplo.

Nesta última, inclusive, Timberlake mostra que não se inspirou na duração das músicas de Bob Dylan e Pink Floyd à toa; são quase oito minutos de música. Essa influência, no entanto, chega apenas para alongar a canção, já que nenhuma das 10 faixas traz alguma letra digna de reflexão ou esmero construtivo. As repetições intermináveis na parte final de "Pusher", "Strawberry Bubblegum" e "Tunnel Vision" chegam a desvalorizar os seus ótimos primeiros minutos.

Os melhores momentos de The 20/20 Experience estão em "Mirrors" e "Let The Groove Get In", dois exemplos da afinidade de Timberlake com o pop sem tantas experimentações. A primeira tem uma base muito semelhante a "What Goes Around Comes Around", que com a sobreposição de vozes do próprio cantor resultam em um conjunto perfeito. "Let The Groove..." é o ponto dissonante da proposta do álbum devido a sua frenética batida latina, que de tão bem construída se torna um dos destaques entre as demais canções.

A volta de Justin Timberlake comprova seu apreço por desafios e a procura por uma nova maneira de explorar a música pop; seja com músicas longas demais ou na mescla de gêneros. Ele passeia por todas essas propostas, entrega faixas que lembram alguns estilos, mas não chegam a transformar o pop. Por outro lado, quando é simples e objetivo, acha grandes músicas. É uma busca promissora e vale a pena acompanhar.

Nota do Crítico
Bom