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Crítica

Jen Gloeckner - Vine | Crítica

Com sonoridade atmosférica e com elementos do trip-hop, cantora entrega disco ser apreciado

31.07.2017, às 17H08.
Atualizada em 31.07.2017, ÀS 18H05

Em seu terceiro disco, a americana Jen Gloeckner continua sendo um daqueles achados que fazem valer a pena se aventurar pelo desconhecido. Seu som é um pop bastante eclético: por vezes etéreo, virtuoso, com doses de trip-hop e uma elegância uniforme em todas as variações pelas quais se aventura.

Assim, Vine é quase uma meditação musical. Não chega a ser necessariamente new age, mas é um tipo de som que brinca com seu consciente e subconsciente, e os temas variam entre a água, o vento, o fogo, pássaros, arco-íris e toda uma riqueza imagética que faz a nossa mente entrar em transe.

Super pessoal, íntimo e cheio de baladas e músicas bem imersivas, Vine é uma viagem por várias paisagens musicais diferentes: "Blowing Through" é cheia de efeitos e distorções, preparando o terreno para experimentações instrumentais que servem de apoio para o vocal grandioso de Jen. E "Breathe" é mais sossegada, deixando ela se exibir bastante nos vocais para depois retomar a viagem quase ácida em "Firefly".

Uma das melhores do disco, "Counting Sheep" é quase uma hipnose, onde os delays em sua voz e a atmosfera esfumaçada dos sons ao seu redor dão um toque psicodélico e convidam você a fechar os olhos e seguir viagem com ela. Com a ajuda de John Ashton (do Psychedelic Furs) e Henry Padovani, ela muda o tom em "Row With The Flow", uma das faixas mais progressivas do disco, no sentido de alcançar um ápice instrumental no final. Junto com a faixa-título, é uma das músicas mais intensas e interessantes do disco.

Outras músicas fazem você esperar um final apoteótico que infelizmente acaba não vindo, como "Colors" e "Prayers", mas não chegam a ser pontos fracos. Se você curte Massive Attack, Portishead, Björk, PJ Harvey e outros artistas com uma pegada mais trip-hop, mais ácida, então Jen Gloeckner é música para seus ouvidos.

Vine é um álbum (per)feito para deitar na cama, fechar os olhos e pensar na vida. Não vai funcionar no seu churrasco ou na playlist pra cair na estrada, mas tem tudo a ver com aqueles momentos nos quais a gente precisa se isolar e aumentar o volume - ouça o álbum na íntegra.

Mais informações sobre a cantora estão disponíveis em seu site oficial.

Nota do Crítico
Bom