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Crítica

Bankrupt! - Phoenix | Crítica

Disco atesta a qualidade da banda francesa

28.04.2013, às 00H00.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 18H07

Se existe uma banda que está em alta neste ano, esta é o Phoenix. Depois de um ano sem shows, o grupo voltou de forma apoteótica como principal atração do Coachella e agora lança Bankrupt!, seu quinto álbum de estúdio.

Phoenix é conhecido por misturar um rock com elementos genuinamente eletrônicos, como sintetizadores e samples. Essa é uma herança dos tempos em que o guitarrista Laurent Brancowitz participou da Darlin, banda que daria origem ao Daft Punk - saiba mais sobre a história deles no nosso especial.

Essas características nunca estiveram tão presentes na sonoridade como em Bankrupt!. Os sintetizadores são tocados para a criação de camadas de sons que vão tomando corpo no decorrer das músicas. A maioria dos riffs também são feitos em instrumentos eletrônicos como em "Entertainment", primeiro single do disco. As primeiras notas remetem à uma influência oriental, com riff pegajoso e um bom ritmo, ideal para abrir um show. "Entertainment" é, sem dúvidas, o hit do álbum e tem grande potencial para uma boa resposta do público como foi com "Lisztomania", do álbum Wolfgang Amadeus, de 2009.

O álbum segue com "The Real Thing" e "SOS in Bel Air", duas canções um pouco mais calmas, com letras mais trabalhadas. Os elementos orientais aparecem, desta vez, nos teclados. É notável também substituição da guitarra e do baixo pelos sintetizadores em diversas faixas. Brancowitz e o baixista Deck trabalham muito bem com esses elementos, que ao mesmo tempo encorpam e deixam o som mais delicado - ouve-se cada nota muito bem.

"Trying to be Cool" é uma dos melhores trabalhos de Bankrupt!. Dançante, com bom refrão, de fácil memorização e com grandes chances de ser o próximo single do Phoenix. A faixa-título é longa e praticamente composto por instrumentais que eles sempre lançam; trabalhando ao máximo esse conceito de camadas de sons em loop, marca registrada dos caras. Foi assim com "North", no álbum It’s Never Been Like That, e com "Love Like a Sunset", no Wolfgang Amadeus. No Coachella, inclusive, eles fizeram um belo mashup de "Love Like a Sunset" e "Bankrupt", chamado de Sunskrupt.

Talvez a grande preocupação ao ouvir este disco é a complexidade dos instrumentos gravados e no que será a execução ao vivo. Por vezes, eles tocam com três teclados simultâneos, guitarra e bateria, em conjunto com alguns playbacks de coros ao fundo - tudo executado com maestria. As faixas "Drakkar Noir" e "Chloroform" se fundem de uma forma muito harmoniosa. A primeira parte tem uma batida mais acelerada. Os segundos depois do primeiro refrão mostram um dos melhores trechos do disco, que é repetido posteriormente na fusão das músicas. "Chloroform" é um pouco mais sombria e lenta. A canção seguinte é "Don’t", que posssui um riff semelhantes Às trilhas de games do início dos anos 90.

"Bourgeois" é mais uma música lenta, que começa com um loop de teclado crescente e ganha forma com a entrada da bateria. Uma pausa repentina e a entrada da voz de Thomas Mars bem serena, acompanhada de um violão. A bateria volta a marcar o ritmo na ponte e o clima da música vai sendo criado para o refrão. A construção conceitual dá grandeza a está que é a melhor faixa de todo o álbum.

Bankrupt! é encerrado com "Oblique City", uma daquelas canções que não são maravilhosas, mas definem bem o conceito de todo o trabalho. Muitos elementos eletrônicos e sintetizadores misturados com instrumentos “analógicos”, boas linhas vocais e sonoridade clara e bem definida. Os dois anos fechados nos estúdios valeram a pena - este álbum é um atestado que o Phoenix é das grandes bandas da atual cena musical.

Saiba como foi a apresentação deles no Coachella 2013

Nota do Crítico
Bom