Capital Inicial: Rosas e vinho tinto

Depois da ressaca do Acústico MTV, álbum que lhe rendeu uma turnê de mais de 300 shows e uma venda superior a 800.000 cópias, a banda brasiliense Capital Inicial lança um trabalho inédito de estúdio, Rosas e vinho tinto. Voltando a um som mais pesado sem se afastar do toque mais melódico, os rapazes conseguiram um resultado que pode agradar tanto aos fãs que acompanham a banda desde os anos 80 quanto aos que a descobriram no Acústico MTV.

Nesta nova empreitada, porém, o Capital está com uma formação diferente da original, que havia se reagrupado em 1999 para o lançamento do disco Atrás dos olhos. O guitarrista Loro Jones saiu no final do ano passado para se dedicar mais à família. Sua última participação registrada na banda ocorreu na música e no vídeo promocionais da campanha Ajudar crianças com câncer faz bem ao coração, feita para a AACD (Associação de Apoio à Criança com Câncer). Com a saída do camarada Loro, os remanescentes Dinho Ouro Preto (voz) e os irmãos Flávio (baixo) e Fê Lemos (bateria) receberam a companhia de Yves Passarell (guitarra), ex-integrante da banda Viper.

A primeira faixa de trabalho, a belíssima À sua maneira, é a versão de Dinho para De musica ligera, da banda argentina Soda Stereo, já gravada também pelos Paralamas do Sucesso no disco Nove Luas, de 1997. Outra grande canção do novo disco é Como devia estar, parceria de Dinho com Kiko Zambianchi e Alvim L. Entre rocks básicos e baladas suaves que contam pequenas histórias e falam de cotidiano, o Capital mostra ser ainda uma das melhores bandas de sua geração em atividade.

Com Rosas e vinho tinto, o Capital Inicial vai pôr à prova sua popularidade conquistada com o Acústico. Quanto a isso, o próprio Dinho se diz desencanado, pois sabe que os trabalhos acústicos abrangem um público muito maior do que o normal e as vendas do novo disco devem ser bem inferiores. Por sua qualidade e vigor, no entanto, esse novo CD merece figurar entre os pontos altos da trajetória da banda.