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<b>Tim Festival 2005 - RJ</b>: De La Soul, M.I.A. e Dizzee Rascal: o rap supera o batidão hype

<b>Tim Festival 2005 - RJ</b>: De La Soul, M.I.A. e Dizzee Rascal: o rap supera o batidão hype

EV
27.10.2005, às 00H00.
Atualizada em 18.11.2016, ÀS 13H00

De La Soul

Dizzee Rascal

M.I.A.
* Fotos: Natalie Gunji

A noite do segundo dia no palco principal pertenceu à musica de periferia, enfileirando o rap e seu filhote direto, o grime, o dancehall e o funk carioca.

Os veteranos do De La Soul, que abriram a seqüência, subverteram a escalação e acabaram levando a melhor. Com um show básico de rap, com muito "put the hands up", encadearam um hit em outro e inflamaram a platéia em poucos minutos, coisa de quem sabe fazer isso desde 1989.

No setlist, clássicos do trio como "Buddy" e "Stakes is high" garantiram a animação, mas o ponto alto veio mesmo com a série de "Saturdays", "Me, myself and I", "Grind date" (do disco mais recente, lançado em 2004),"Oooh" e "All good".

Calejados, os MCs provocaram ainda mais a audiência quando cutucaram o bairrismo adormecido por ali. "Queremos voltar para Nova York e dizer que o Rio é muito mais animado que São Paulo", disseram. A tenda, claro, veio abaixo.

O segundo momento rap da noite, no encerramento com Dizzee Rascal, nem chegou perto do sucesso do DLS. O show do inglês foi irregular e cansativo, apesar da sua impressionante capacidade de gritar frases gigantescas com pouco fôlego e muita raiva. O rapper tocou boas músicas, como "I luv u" e "Stop dat", de Boy in da corner, mas passou despercebido.

Pancadão morno

A cantora anglo-cingalesa M.I.A., mais recente produto hype da temporada, era o nome mais visado da noite. Todo mundo queria saber se seu show justificava, ao vivo, a enorme falação em torno de seu bom disco de estréia, Arular.

A bela até se esforçou - com a ajuda de seu namorado, o DJ Diplo, cuidando das bases eletrônicas, e da MC inglesa Cherry, dando um belo apoio com sua voz - mas não chegou nem perto da expectativa criada. Em parte por um microfone abafado no sistema de som, em parte pela má formatação do show, com pausas demais entre as músicas, destruindo qualquer empolgação que a dupla pudesse criar.

Não à toa, o momento mais explosivo da apresentação foi quando M.I.A. arrastou dos bastidores a carioca Deize Tigrona. A funkeira chegou visivelmente nervosa à frente do palco, mas logo se soltou e transformou o lugar num típico pancadão. Na sua breve participação, cantou um medley de funks cariocas e seu hit "Injeção", em dueto com M.I.A., emendando logo com "Bucky done gun", o único trecho realmente bom de uma hora de show.

Em comparação, as músicas de M.I.A. acabaram perdendo mais ainda, mesmo as realmente boas, como "Pull up the people", "Galang" e "Hombre". Uma decepção do tamanho do hype criado sobre a garota. Mas contornável com o tempo, se a carreira dela durar pra isso.