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<b>Tim Festival 2004:</b> <i>We were never feeling bored</i>

<b>Tim Festival 2004:</b> <i>We were never feeling bored</i>

AG
10.11.2004, às 00H00.
Atualizada em 30.01.2017, ÀS 22H03

Um show dos Pet Shop Boys não pode ser definido como um simples evento musical - é um estilo de vida. Quem gosta dos garotos da loja de animais de estimação sabe a importância da boa diversão. Não me entenda errado: não se trata de uma diversão burra, alienada. Pelo contrário, Chris Lowe e Neil Tennant têm várias letras inteligentes com um ponto de vista crítico (como "It´s a Sin" e "Rent") . Mas no final do dia, eles sabem que a melhor maneira de desafiar o nosso mundo cão é ousando ser feliz.

Nesse domingo (7/11), no Tim Festival, os Pet Shop Boys voltaram ao Brasil e mostraram que eles não precisam de rótulos moderninhos para mostrar do que uma boa festa é feita. É verdade que, no começo, se sentiu um pouco mais a idade dos rapazes. O show começou com "Rent" num ritmo sério, e assim foi até chegar em "Domino Dancing". Neil anunciou a música, e os primeiros acordes levaram a platéia ao delírio. Todos já estavam entrando na vibração da festa.

A empolgação foi se intensificando com "Se a Vida É", sua "música brasileira" segundo Neil. O público surpreendeu acompanhando "Suburbia" com toda a força. "Being Boring" foi uma viagem: Chris Lowe deu um longo solo no seu teclado, enquanto Neil trocava seu figurino (um pretinho não tão básico) por uma roupa branca não menos espalhafatosa.

Até esse ponto o show ainda estava num ritmo um pouco devagar para o que se esperava da dupla. Foi quando Neil anunciou: "I think you´re ready for some disco..." . Pronto: vieram na seqüência "New York City Boys" e "Always on My Mind " - e o chão do palco Motomix começou a tremer.

E assim foi até o final da noite. Diversão garantida: só uma banda com essa proposta tem a moral para misturar "Where the Streets Have No Name", do U2, com o clássico de início de casamentos e formaturas "Can´t Take My Eyes Out of You", e se sair fantasticamente bem na empreitada. Ou para fazer todos os heterossexuais presentes cantarem "Go West".

No meio do repertório repleto dos principais sucessos da banda, estavam intercaladas algumas faixas do seu último álbum, Release (2002). Eles haviam dito que o trabalho era mais melancólico e intimista, e não deu outra: apesar de serem músicas excelentes, elas deram uma acalmada no público. Nada muito permanente, contudo.

A pista quase veio abaixo enquanto os Pet Shop Boys não entravam para o bis. Quase duas horas de show foram encerradas com "It´s a Sin" - e, por incrível que pareça, o piso resistiu bravamente.

Faltaram algumas músicas - "Can you Forgive Her" e "What Have I done to Deserve This", por exemplo. Mas isso não importou.

No final, ficaram três impressões: ainda bem que eu tinha ido à aula de jump fit durante a semana; "Being Boring" me faz chorar; e eu queria ser parte da banda. Eu queria saber me divertir e divertir aos outros tão facilmente quanto eles. Na verdade, eu queria ser tão legal quanto um Pet Shop Boy. Afinal, they were never feeling bored because they were never being boring.