Cena do 6º episódio de What If...? (Reprodução/Twitter)

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What If...? | Killmonger retorna em episódio intenso com ótimas cenas de ação

Série atiça o público com mais um capítulo que termina com gancho para sequência

15.09.2021, às 09H06.
Atualizada em 15.09.2021, ÀS 09H31

Não é novidade que Erik Killmonger (Michael B. Jordan) é um dos melhores vilões do MCU. O personagem, visto pela primeira vez em Pantera Negra, é reconhecido como um dos antagonistas com mais força dramática e narrativa em uma franquia notavelmente fraca neste departamento, e centrar um episódio de What If...? nele parecia uma ideia fabulosa desde o princípio.

Quando o momento finalmente chegou, no entanto, neste sexto capítulo, a série de animação do Disney+ surpreendeu: ao invés de Killmonger, quem brilha aqui são os coadjuvantes. Enquanto observamos o personagem de Jordan salvar Tony Stark (Mick Wingert no lugar de Robert Downey Jr.) do ataque que sofreu no Afeganistão em Homem de Ferro, percebemos que Killmonger não é diferente neste universo alternativo.

Aqui, também, o seu plano é retornar a Wakanda e tomar o trono - ele só toma um caminho diferente para isso. A graça do episódio, de fato, está em ver como este novo caminho (e as muitas mortes importantes que ele causa) afeta os personagens ao redor dele. Como o Vigia (Jeffrey Wright) observa no final do episódio, o legado de um herói está nas pessoas que continuam lutando pela justiça depois dele.

Daí o interesse em ver a união de Pepper Potts (Beth Hoyt no lugar de Gwyneth Paltrow) e Shuri (Ozioma Akagha no lugar de Letitia Wright) no final do capítulo. Quando elas se colocam como linha de defesa contra o plano de Killmonger, nos lembram que o(s) universo(s) do MCU nunca carecem de força moral, mesmo quando os expoentes mais óbvios dela são eliminados.

É claro que What If...?, especialmente se comparado com Pantera Negra, não é muito sutil nessa elaboração toda. Aqui, o Killmonger de B. Jordan é furtado de sua complexidade, da discussão importante de transformação e herança que levantava no filme de Ryan Coogler, para se tornar um avatar familiar - e meio frustrante - do que muitas franquias de Hollywood definem levianamente como "justiça social feita da forma errada".

Ingênuo esperar, no entanto, que uma das maiores sagas blockbusters da atualidade tenha ideias revolucionárias, especialmente em um episódio de 30 minutos de animação produzido para o streaming como um puro exercício hipotético de realidades alternativas. Parece uma oportunidade perdida - se até Thanos foi redimido em What If...?, porque Killmonger é tão inexoravelmente vilanesco? -, mas não chega a surpreender.

O que funciona mesmo são as excelentes cenas de ação do episódio, as melhores da série se você descontar o confronto entre dois Doutores Estranho no 4º capítulo. Ágeis, plasticamente deslumbrantes e espertos em seu senso espacial e de acrobacia, os momentos de adrenalina carregam o interesse do público durante este 6º What If...? com tranquilidade.

Assim como na semana passada, o episódio termina com um gancho que instiga uma possível continuação. Resta esperar para ver se ela vem ainda nessa temporada, ou só na próxima.