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#TBTOtaku | Quando Yoko Takahashi me disse querer celebrar Evangelion no Brasil

Voz eternizada pela abertura de Neon Genesis Evangelion falou com o Omelete no Anime NYC

5 min de leitura
20.09.2025, às 08H00.

Créditos da imagem: Pedro Ribeiro/Omelete/Montagem

Sim, eu sei que #TBT só se posta de quinta-feira, mas as últimas semanas foram muito corridas e precisei deixar este texto para o seu final de semana. Coincidentemente, no entanto, eu vivi a experiência que vou compartilhar com você em uma quinta-feira, mais precisamente no dia 21 de agosto de 2025, cerca de um mês atrás.

Eram as minhas merecidas férias e decidi me presentear com a minha primeira viagem de lazer em muitos anos. Na verdade, essa viagem foi planejada quase um ano antes de acontecer, então eu realmente estava ansioso por isso — mesmo com receio devido às tensões internacionais recentes. Apesar de amar a natureza, eu sou uma pessoa muito mais urbana e me dou melhor em grandes cidades. Como fui sozinho, Nova York me parecia a melhor opção após ter conhecido Londres a trabalho.

Durante essa minha viagem, que durou seis dias, a cidade de Nova York estava recebendo sua edição do Anime NYC, um grande evento do país que talvez só perca para o Anime EXPO, que acontece em Los Angeles um mês antes. Não é surpresa para ninguém que a comunidade otaku é global. Em todo o mundo é possível encontrar fãs de anime e junto a eles, conferências onde é possível trocar experiências e viver o amor pelas produções. E em Nova York, uma das principais cidades do mundo, isso não seria diferente.

O evento rolou entre os dias 21 e 24 de agosto, no Jarvis Center, um centro de exposições esteticamente muito agradável que fica na beira do Rio Hudson. A entrada das principais salas do prédio é cercada por paredes e um teto de vidro que permite uma vista incrível para quem se importa com arquitetura. Infelizmente, não havia vista para o rio. Foi nesse prédio que aprendi um pouco mais sobre como funciona o consumo de animes nos Estados Unidos e também tive uma chance única de conhecer a estrela Yoko Takahashi, que destaco no título do relato.

Pedro Henrique Ribeiro/Omelete

Mas antes de te contar o que ela me disse, gostaria de citar alguns pontos que se destacaram bastante em relação ao nosso conceito de consumir animes. Começando pela moeda, já que é muito mais fácil conseguir produtos de qualidade quando se compra em dólar em uma cidade costeira. Não vi nenhum “cospobre” lá. Os cosplayers mais preguiçosos ainda usavam fantasias vendidas na Amazon, mas que tinham qualidade. Alguns mais caprichosos davam seus toques pessoais nas fantasias — o que deixava os cosplays ainda melhores, como skins exclusivas em um jogo online.

A questão da qualidade também se refletia no Artist’s Valley do evento, que ostentava milhares de artes tão boas quanto as brasileiras, mas com muito mais qualidade gráfica, tanto no papel quanto na impressão — além de serem quase todos de tamanho grande. Porém, o preço equivalia à oferta: uma média de US$ 25 cada arte, cerca de R$ 130. Aqui, artes excelentes podem ser encontrada em vários eventos por cerca de R$ 20.

Para encerrar os comentários sobre produtores, a quantidade de colecionável era absurda. Quase dá para dizer que havia bonecos de todas as principais franquias de anime. E, logo ao lado, um espaço gigantesco focado em mídia física, com CDs, DVDs e vinis com trilhas sonoras que marcaram as mais variadas gerações de anime. Outro consumo marcante é o de roupas personalizadas, como jaquetas, botas que poderiam ter artes dos animes, referências a eles ou serem apenas roupas descoladas.

Tirando esses pontos citados, o raio-x na entrada do evento e as modelos sexualizadas que promoviam jogos MMO que desconheço, não foi nada muito diferente do que temos nos eventos do Brasil — e isso inclui os golpistas nas ruas em volta do evento.

Tá, mas e a Yoko?

Pedro Henrique Ribeiro/Omelete

Após viver todas essas experiências, foi a vez de conhecer a querida Yoko Takahashi, a poderosa voz da abertura de Neon Genesis Evangelion, um dos animes mais populares de todos os tempos. Enquanto eu aguardava a oportunidade de fazer uma pergunta para ela, foi possível ouvir seu ensaio… e que voz! Mesmo distante, era impossível não se encantar pela voz dela.

A entrevista começou e fui um dos últimos. Quando anunciaram que eu era do Brasil, Yoko sorriu. Aproveitei a oportunidade para perguntar quando teríamos um novo show dela no Brasil e ela lembrou da última vez que passou por aqui. “Em 2010, eu fiz um show em São Paulo”, disse ela. “E como você deve saber, há muitos nikkeis [descendentes de japoneses] morando no Brasil. Então, mais até do que inglês, havia muitas pessoas lá que sabiam japonês. Naquele momento, eu realmente senti que a conexão entre o Japão e o Brasil era muito profunda”.

​Sobre quando ela vai voltar, não temos uma resposta, mas ela disse que “agora meu show assumiu um novo estilo, com dançarinos de apoio também. Então, eu adoraria levar meu novo show para o Brasil.” Bom, realmente seria um momento único, já que a atual turnê de Yoko celebra os 30 anos da franquia Evangelion e ela não canta apenas “Cruel Angels Thesis”, mas diversas músicas da trilha sonora do anime e outros sucessos como “Fly Me to the Moon”, de Frank Sinatra.

No dia seguinte, tive a oportunidade de assistir ao show de Yoko e, dessa vez, de perto, pude confirmar que sua voz soa tão potente quanto no dia em que ela gravou a abertura de Evangelion. Com dois dançarinos, ela se arrisca em alguns passos coordenados e faz do show uma verdadeira celebração à obra de Hideaki Anno. Fiquei imaginando como seria esse show no Brasil, com a plateia gritando loucamente a cada nota, afinal, ninguém recebe artistas como nós.

Enfim, depois de conhecer o prédio do King Kong (o Empire State), passear de barco em volta da Estátua da Liberdade e assistir a um lindo show de Yoko Takahashi, posso dizer tranquilamente que foi uma baita viagem de férias. Não poderia ter escolhido destino nem data melhores.

Este texto não reflete, necessariamente, as opiniões do Omelete.