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Crítica

Demon Slayer: Castelo Infinito é o crepúsculo maduro e brutal de uma era

Filme inicia trilogia que dará adeus a uma das produções mais populares dos últimos tempos

3 min de leitura
11.09.2025, às 14H10.

“Início do fim” pode até ser uma expressão clichê, mas ela é perfeita para descrever Demon Slayer: Castelo Infinito. O filme inicia uma trilogia que não somente adaptará a conclusão da franquia Kimetsu no Yaiba, mas que também representa o final de uma geração do universo dos animes. Lançado em 2019, Demon Slayer não demorou para conquistar o público, estabelecendo um novo padrão de consumo e valor para as animações japonesas com seus altos valores de produção, assim se lançando para além dos millenials que dominavam o mercado. Agora, ao lado de uma nova safra de fãs, Demon Slayer retorna para provar o alcance desse (quase) infinito mundo novo.

No Japão da era taisho, conhecemos o jovem vendedor de carvão Tanjiro Kamado que encontra sua família massacrada após um ataque brutal. Somente a irmã Nezuko sobrevive, mas ela é transformada em uma oni (uma espécie de demônio) por um inimigo misterioso. Para trazer a irmã de volta e salvar a única família que lhe restou, Tanjiro decide se tornar um matador de demônios e caçar o culpado, Muzan Kibutsuji. Em Castelo Infinito, o protagonista retorna mais forte e experiente — e muito perto de tornar seu sonho realidade. É hora de entrar no covil do vilão.

Castelo Infinito difere em tom das primeiras temporadas do anime, que está disponível em streaming, especialmente no amadurecimento dos personagens — e da própria história em si. Se os arcos iniciais eram mais infantilizados, Castelo Infinito adere a uma atmosfera de guerra sombria e sangrenta, talvez identificando que Demon Slayer e Tanjiro cresceram junto com sua audiência. Com os inimigos mais poderosos da obra no centro da batalha, o longa flerta com o horror corporal e até o gore para mostrar o impacto da existência deles nesse universo.

Sony

Mas falando especificamente de Tanjiro, o protagonista teve uma evolução clara não só como espadachim, mas também como pessoa. Decepar as cabeças dos oni deixou de ser algo doloroso e agora ele luta sem vacilar. O mesmo vale para a dupla Inosuke Hashibira e Zenitsu Agatsuma, seus fiéis companheiros que finalmente recebem espaço nos holofotes, com boas lutas e mais aprofundamento. E isso também reflete uma mudança no próprio estúdio Ufotable, que apostou em um filme e mais épico, que chama mais a atenção de públicos variados.

Na mesma linha, a produção fez a lição de casa também fora do Japão, aderindo a algumas práticas já conhecidas pelos fãs do Universo Cinematográfico da Marvel. O primeiro está logo no início do filme, com entradas marcantes de vários dos personagens principais, no maior estilo Vingadores. Em um segundo momento, Castelo Infinito também repete a receita do espaço em silêncio para preparar o grito, deixando propositalmente momentos sem falas para o público poder celebrar à vontade após algumas frases de efeito e golpes exagerados.

Para deixar esses recursos ainda mais atraentes, o longa de Demon Slayer conta com uma animação impecável, como há muito a franquia tem trazido para as telas de todos os tamanhos. O uso de elementos 3D é coordenado sob a direção de Haruo Sotozaki Hikaru Kondô, que estão na franquia desde a primeira temporada. Entre sues aliados na apresentação desta adaptação estão cantoras Yuki Kajiura e Go Shiina, responsáveis pela excelente trilha sonora, que ainda conta com músicas originais das estrelas japonesas Aimer e LiSA.

Mas não queremos dizer que Demon Slayer só aprendeu com outras franquias famosas. Castelo Infinito confirma a marca como uma líder em sua área; o modelo para outras obras de anime e o ponto de virada na segunda década do século para este mercado. A obra de Koyoharu Gotouge direcionou os olhos de pessoas diferentes em direção ao oriente, beneficiando os contemporâneos Fire Force, Kaguya-sama e até mesmo os grandiosos Jujutsu Kaisen e My Hero Academia. Demon Slayer redefiniu o status quo otaku e Castelo Infinito prova que essa lógica está dando certo.

Nota do Crítico

Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba - Castelo Infinito

Gekijô-ban Kimetsu no Yaiba Mugen Jô-hen

2025
155 min
País: Japão
Classificação: 18 anos
Direção: Haruo Sotozaki
Roteiro: Koyoharu Gotouge