Desde o início, a dupla Oh Wonder tinha um desafio nas mãos ao subir no palco: pegar o público que há pouco tinha assistido Volbeat entregar agitada bateria e até homenagens a Slayer, e entretê-los com baladas românticas. Com uma platéia entusiasmada e emocionada, é possível dizer que eles conseguiriam.
MROSSI/Twitter/Reprodução
O Lollapalooza 2018 marca a segunda apresentação da banda no Brasil, sendo a primeira em 2016, no MECAFestival de Porto Alegre. Com uma carreira de pouco mais de cinco anos e dois álbuns, os britânicos Josephine Vander Gucht e Anthony West se surpreenderam ao ver uma considerável audiência reunida ao redor do Palco Axe.
A dupla apostou nas suas baladas mais dançantes, como "Lose It" e "Drive", obtendo tanto coros quanto rodinhas de dança. Observar as reações positivas fez com que os vocalistas se soltassem e passassem a pular e dançar pelo palco, com Josephine até mesmo arriscando agradecimentos em português.
A honestidade da cantora com a platéia foi um dos pontos altos. Durante a metade do concerto, ela se abriu sobre como a banda não imaginava que faria turnês - e muito menos teria uma apresentação tão bem recebida assim em um país como o Brasil - quando começaram a escrever canções "no fundo de um pequeno apartamento em Londres", em 2013. Essa abertura também rendeu um belo momento onde Josephine antecedeu a performance de "All We Do" com um discurso motivacional sobre ansiedade, depressão e as dificuldades gerais de ser humano, mas é que é importante não desistir - recebido com lágrimas antes e durante a apresentação.
Com boa qualidade técnica e ótima presença de palco, o Oh Wonder surpreendeu com um show divertido, emocional e humano. A impressão não foi causada apenas na plateia: a dupla deixou claro o amor pelas apresentações que teve no país. "Esse já é meu show favorito de 2018", disse a vocalista. "Mal posso esperar para voltarmos em breve."
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