Quem vê o E’LAST apenas nos clipes de seus maiores sucessos, como “Dark Dream” e o recente “Creature”, pode acabar formando uma ideia dos oito integrantes do grupo de k-pop como artistas sérios, com tendências teatrais e por vezes sensuais, claro - mas dificilmente o que você descreveria como “descontraídos”. É uma impressão que o dançarino Choi In, integrante mais velho do grupo (aos 26 anos), se apressa para dispersar.
“Quando nos reunimos para pensar no conceito que se encaixa melhor com a nossa música, que melhor expressa o nosso ponto de vista sobre ela, naturalmente gravitamos para visuais sombrios e sentimentos pesados”, admite ele. “Mas não é a única coisa que somos capazes de fazer, como mostramos com o conceito mais colorido e leve de ‘To.Lie’. Temos muitos charmes que ainda não mostramos, então vai ser divertido ver o que há pela frente para o grupo!”.
“To.Lie”, lançada como single secundário do álbum Dark Dream, no ano passado, mostra os oito cantores fazendo poses fofas em cenários ensolarados, compartilhando um piquenique animado e vestindo roupas em tons pastéis (muitas delas combinando com os cabelos tingidos dos integrantes). Nas apresentações ao vivo, as brincadeiras entre os artistas temperavam a coreografia cheia de formações excêntricas e acenos divertidos para a câmera - um espetáculo típico do k-pop, mas bem diferente daquele que normalmente caracteriza o E’LAST.
No disco mais recente, Roar, lançado este ano, o mais perto de uma “To.Lie” que temos é “Poison”. Abandonando os pacotes de corda dramáticos e sintetizadores gravíssimos das outras faixas, ela é mais um épico de pista de dança, cheia de sussurros e sibilos sintetizados, que ainda conta com a colaboração do integrante Won Hyuk nas letras sobre um amor tóxico irresistível. “Vou me viciar/ Não consigo me separar de você/ Te amo, é como um veneno”, diz o refrão.
“Na primeira vez que ouvi o instrumental, o que me impressionou foi a forma como aquele ruído que parece um copo tremendo na mesa era incorporado à música”, aponta o vocalista e rapper. “Senti que a letra e a melodia saíram de mim com um poder irresistível, e me deixei levar por essa atmosfera quando chegou a hora de gravar”.
“Quando você quer muito uma coisa, ela se realiza”
A passagem do E’LAST pelo Brasil é a concretização de um sonho que já dura mais de dois anos. O grupo estreou na indústria coreana em junho de 2020, atravessando a fases mais restritivas da pandemia de covid-19 e tendo contato com os fãs, apelidados ELRING, apenas através de eventos virtuais.
“Eu conheci alguns fãs brasileiros durante um evento virtual de fan sign”, comenta Romin, se referindo às rápidas chamadas de vídeo que muitos idols coreanos fizeram com seus admiradores durante a pandemia. “Pude sentir a paixão que esses ELRING carregavam através da tela, então mal posso esperar para ir até o Brasil e me apresentar para eles. Pessoal, vamos encontrar vocês logo, só esperem mais um pouquinho!”.
São mesmo só mais alguns dias. O E’LAST faz seu show no Vip Station, em São Paulo, na próxima quinta-feira (20) - os ingressos, que variam de R$ 400 a R$ 100, ainda estão disponíveis por este link. A turnê que desembarca por aqui também levou o grupo para países como Uruguai, Porto Rico, El Salvador e Chile.
“Sempre achamos que era importante [para o crescimento do nosso sucesso] termos tempo para respirar e nos comunicar com os fãs”, declara o líder Rano. “Através desse álbum, Roar, percebi que estamos recebendo cada vez mais amor do público, porque tivemos mais eventos presenciais”.
O integrante mais novo do grupo, Yejun, sonha mais alto: “Se tivermos a chance, queremos ir para todos os lugares onde nossos fãs estão. Dizem que, quando você quer muito uma coisa, ela se realiza, então espero que esse dia chegue”.