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Hannibal | Preview

Empreitada do canibal na televisão segue receita de seriados investigativos consagrados

TR
03.04.2013, às 22H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H39

A primeira incursão de Hannibal Lecter na TV não prima pela originalidade. O piloto da série que começa a ser exibida no Brasil no próximo dia 16, no AXN, deixa em primeiro plano as investigações no estilo CSI e Dexter, em vez de se aprofundar no perfil sádico do canibal mais famoso do cinema.

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Inspirado nos livros de Thomas Harris, o seriado acompanha o agente do FBI Will Graham (Hugh Dancy) resolvendo uma série de assassinatos com a ajuda do Dr. Lecter. Os acontecimentos se desenrolam antes do canibal virar um criminoso, que ainda coopera com a polícia na busca pela identidade do serial killer.

A direção de David Slade (30 Dias de Noite e Eclipse) usa efeitos visuais e uma trilha sonora pesada para dar o tom do peculiar método de investigação de Graham. Ancorada por uma interpretação afetada de Dancy, as descobertas do agente por vezes soam gratuitas, apenas atreladas aos seus problemas psicológicos, que nem sempre fazem conexão a pista encontrada.

Assim como em boa parte de seus longas, Slade demonstra predileção por uma paleta de cores frias em toda a fotografia, com um ressalte para o vermelho quando este aparece em cena. A escolha deixa o ambiente mais soturno e dá urgência a todas as situações, como na simples discussão entre Graham e Crawford (Lawrence Fishburne) no banheiro, por exemplo. Outra decisão louvável é não economizar na sanguinolência, não faltam orgãos, sangue e violência; marca registrada dos filmes com Hannibal Lecter.

O canibal eternizado na pele de Anthony Hopkins é desta vez interpretado por Mads Mikkelsen (Casino Royale), que não tenta copiar os trejeitos vistos em O Silêncio dos Inocentes e Hannibal. Por outro lado, sua interpretação não foge do típico serial killer super inteligente, que fala de forma morosa e olha com desconfiança para tudo e todos. O maior problema do personagem não é a atuação de Mikkelsen, mas o texto escrito por Bryan Fuller (Pushing Daisies, Heroes). Aqui, Hannibal se esforça para demonstrar sua inteligência com metáforas e insights psiquiátricos, não há o encantamento imediato visto nos filmes anteriores.

O potencial existente na relação entre Lecter e Graham não é explorado no piloto, que sequer monta um perfil digno para o agente do FBI. Ainda que peque na construção inicial deste personagem, há tempo para que isso seja desenvolvido - afinal a série ganhou uma encomenda direta de 13 episódios. E é no diálogo entre ambos que pode estar o diferencial do projeto. Enveredar para a simples investigação é entrar em um gênero de seriados já consagrados, desperdiçando assim a força de um personagem tão icônico como Hannibal Lecter.