Se alguém falasse há cinco anos que a franquia Silent Hill estava completamente de volta, essa pessoa seria chamada de maluca. Mas em 2025 é exatamente isso que podemos dizer. O remake de Silent Hill 2, lançado em outubro do ano passado, foi um sucesso, e já temos anunciado o remake de Silent Hill 1. Agora com Silent Hill f temos um novo capítulo da saga - e de uma maneira jamais vista.
O Omelete foi convidado para jogar mais de quatro horas do novo jogo da Konami e o resultado é empolgante. Para quem achava que a franquia Silent Hill estava morta, este novo capítulo vai te fazer repensar tudo.
Com roteiro de Ryukishi07, o autor por trás de visuals novels como When They Cry: Higurashi, reconhecida pela mistura de inocência e horror absoluto, o novo jogo coloca a série no Japão rural dos anos 1960, um cenário completamente diferente dos capítulos anteriores da franquia.
Em Silent Hill f, acompanhamos Hinako Shimizu, uma estudante do ensino médio que logo de início vemos que tem problemas de adolescentes normais: pais restritivos, amizades falsas e amores incompreendidos, até que a pequena vila rural onde vive é totalmente tomada por uma névoa, flores vermelhas e claro, os monstros.
A jogabilidade do survival horror é dividida em quatro pilares: Estamina, Sanidade, Vida e Durabilidade. Você tem a sua estamina para utilizar golpes e realizar as esquivas dos ataques dos monstros, que se completados de maneira perfeita recarrega toda a sua estamina novamente.
Os ataques da protagonista são baseados em golpes fracos e fortes e um “especial”, que gasta um pouco da sua sanidade quando usado. E essa sanidade funciona para controlar o estado mental da personagem. Quando esta barra chega ao final, você começa a levar dano e os efeitos na tela começam a aparecer, deixando Hinako mais lenta.
Vida e durabilidade são os básicos, sempre tomando cuidado para não morrer, gerenciando itens de cura e cuidando para suas armas não quebrarem. Durante a gameplay foram encontrados objetos “simples” do cotidiano como canos, tacos de baseball, facas e até uma pequena foice rural para usar em combates. Se você jogou o reamke de Silent Hill 2, esta versão é muito similar a ele.
A jogabilidade é fluida, com pequenas dificuldades em relação a recursos; é necessário vasculhar bem as localizações para encontrar itens que podem ser usados em batalhas. Jogadores com mais habilidade para se esquivar de inimigos não vão precisar se preocupar tanto com a falta desses recursos porque a barra de vida continuará intacta.
Falando em monstros, os designs destes em Silent Hill f são brutais e bizarros. As criaturas básicas são como umas bonecas de carne, com andar torto e esquisito, que utilizam faca de cozinha nos combates. Mas há muitos outros ainda mais aterrorizantes. Os meus preferidos (sem dar spoiler de chefes) foram um grandão que tem uma boca no meio da barriga e segura uma espada que lembra a Pyramid Head, de Silent Hill 2, mas sem passar o mesmo terror. E um outro que parecia uma junção de várias cabeças em um corpo só - completamente perturbador.
E não só o design de monstros é absurdo como toda a direção de arte e criação dos locais pelos quais o jogador passa são incríveis. Desde a pacata vila de Hinako, com ruas estreitas onde o perigo parece a espreita em qualquer esquina, até outros lugares disponíveis para explorar no local, como uma escola - vista no trecho final do gameplay - e um campo rural que mais parece um grande puzzle envolvendo espantalhos
Outro ponto positivo do jogo são o design de som e a trilha sonora, criada por Akira Yamaoka, compositor que criou as clássicas dos jogos anteriores e que volta para a franquia de maneira triunfal.
Outra mecânica diferente é em relação aos “dois mundos” de Silent Hill. No novo game, a protagonista em diversos momentos tem um apagão e desmaia. Assim que acorda, ela surge em um local diferente que possui muitas referências ao folclore e à cultura japonesa.
O teste foi realizado no PlayStation 5 e a performance estava impecável: não houve nenhum travamento ou bug. Silent Hill f realmente provou seu potencial e chega para honrar todo o legado da franquia da Konami. O lançamento está confirmado para 25 de setembro para PC, PS5 e Xbox.