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Crítica

Wildgate tenta preencher o vácuo do espaço com muito pouco

Parece que o espaço não é a fronteira final, e sim só mais conteúdo pós-lançamento

4 min de leitura
DS
11.08.2025, às 16H01.

Créditos da imagem: Divulgação/Dreamhaven

Wildgate, apesar de algumas propostas novas, parece ser um jogo já lançado anteriormente. A mistura que dá à luz a esse FPS deixa um gosto estranho na boca, como quando comemos um arroz e feijão, que aparentemente não é nada demais, mas pelo visto o arroz não foi muito bem cozido.

Divulgação/Dreamhaven

Não há narrativa em Wildgate, apenas um contexto, onde diferentes tripulações tentam encontrar um artefato e conseguir fugir por um portal, homônimo ao game. Os personagens trazem alguma personalidade em seus designs e, se quiser, o jogador pode prestar muita atenção aos detalhes para pegar referências ou alguns segredinhos, assim criando uma história na sua cabeça. Porém, o jogo não se propõe a isso, então há mais frustrações a serem encontradas do que uma narrativa propriamente dita.

O que o game realmente quer vender é o seu gameplay, e ele fala muito pelo conjunto da obra. Diferentes times são lançados ao espaço em naves para achar um artefato, escondido em um ponto aleatório do mapa. Nele, há recursos para serem coletados para a nave e dungeons com upgrades para melhorá-la. As partidas, que podem durar até 40 minutos, são um misto de exploração, coleta de recursos, conteúdos PvE e batalhas de espaçonaves contra outros jogadores, e é aí que a faca de dois gumes se revela.

Divulgação/Dreamhaven

No campo das ideias, Wildgate é muito bom. Um misto de Sea of Thieves com Deep Rock Galatic, onde você tem uma missão a ser completa no mapa, mas tem que lidar com “navios” inimigos ao mesmo tempo, além de minerar por recursos para manter sua nave funcionando. Os diferentes personagens oferecem uma gama de estilos de gameplay, que apesar de não se diferenciarem tanto, mudam um pouco como cada um engaja nos objetivos. A customização dos loadouts é interessante, com alguns itens e armas que vão um pouco além da curva padrão, mas a maioria fica na mesmice de sempre.

A composição do mapa, com os objetivos sendo bem espaçados, recompensam os olhos mais atentos, já as dungeons oferecem desafios — apesar de seus puzzles serem simples — e a batalha entre naves é sempre empolgante. Conseguir instalar bons upgrades é essencial para a sobrevivência da sua equipe, tanto contra outra nave quanto enfrentando jogadores que podem invadir sua embarcação. O potencial do jogo de gerar momentos marcantes e épicos durante esse loop é infinita, mas há um outro lado nessa moeda.

Divulgação/Dreamhaven

Após pouco tempo jogando, tudo parece se repetir. A variedade de personagens e armas é escassa, como já mencionado, mas as naves também não possuem grandes diferenças entre si, e a maioria dos times variam entre poucas delas. Os inimigos genéricos nas dungeons também saturam rápido, e apesar de uma novidade surgir no mapa vez ou outra, explorar acaba sendo um constante “repeteco”. O fator novidade só depende da sua interação com os outros times, mas isso não compensa o resto, já que muitas vezes você pode passar mais de 20 minutos sem encontrar ninguém.

Outra parte do jogo que tem seus aspectos positivos e negativos é a cooperação. Se você tiver amigos dispostos a comprar Wildgate, então tudo certo. O nível de entrosamento que pode ser atingido é alto, e muitos momentos incríveis e engraçados irão surgir, dignos de Sea of Thieves em seu ápice. Mas, se você não tiver amigos para jogar, nada disso é uma realidade. Jogar sozinho é uma experiencia truncada, e a maioria dos jogadores serem gringos não ajuda. Particularmente, não sou a pessoa mais extrovertida com estranhos, então minhas partidas foram todas monótonas nesse quesito.

Divulgação/Dreamhaven

Acredito que esse seja um ponto muito importante a ser dito, visto que o jogo custa R$129,90 no Steam, em sua edição padrão. Não estamos falando de um jogo como Peak, sucesso absoluto desse ano, que custa menos da metade desse preço. Wildgate é mais caro e o conteúdo raso em seu lançamento não ajuda a diminuir a barreira de acessibilidade que o preço levanta.

Temos muito potencial a ser explorado aqui. O combate espacial é muito divertido, a exploração é fluida e visualmente o jogo é charmoso, mas o seu conteúdo peca. Apesar de já terem anunciado um Roadmap pós-lançamento, sinto que isso não compensa o estado mais mirrado no atual momento, que evoca a monotonia do espaço, com alguns momentos marcantes pincelados durante as partidas de Wildgate.

Nota do Crítico

Wildgate

Wildgate

22.07.2025
FPS, Multiplayer, Naves
Desenvolvedora: Moonshot Games
Publicadora: Dreamhaven
Classificação: 10 anos
Plataformas: Xbox Series X , PlayStation 5 , PC
Testado em: PC