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Crítica

Shinobi: Art of Vengeance exalta beleza artística com gameplay inteligente

Game usa todos os recursos possíveis para destacar parte visual

4 min de leitura
25.08.2025, às 09H00.

Créditos da imagem: Divulgação/SEGA

A SEGA e a Lizardcube sabiam muito bem o que estavam fazendo quando nomearam Shinobi: Art of Vengeance. O novo game com Joe Musashi tem uma das estéticas mais bonitas do ano, acompanhado de um combate que só realça suas cores e texturas. 2025, ao que tudo indica, é o ano do Ninja.

Shinobi não se presta a contar uma história tão profunda ou em construir personagens de forma complexa: Musashi quer se vingar da destruição causada pelo vilão Ruse e a empresa ENE. Ambos são responsáveis por deixar o clã Oboro em frangalhos, e o lacônico protagonista parte em uma jornada para cobrar o preço.

Divulgação/SEGA

O game usa uma estratégia interessante para engajar o jogador. Os elementos de Metroidvania estão ali desde o início, com passagens ainda inacessíveis e um mapa que se revela aos poucos. A grande sacada está em dividir essa aventura em dez fases, cada uma com objetivos secundários, desafios e segredos que são sempre listados no menu.

Assim, voltar a um local já visitado para procurar por um item fica bem mais fácil, e dividir um intimidador 100% geral em unidades menores com certeza facilita o processo de backtracking.

Esse recurso, entretanto, não funcionaria sem uma gameplay competente. Desde a ótima demo no Summer Game Fest, questionamentos sobre repetitividade e a possível exaustão do formato de Shinobi surgiram, mas o jogo completo deixa claro que tem muito mais a mostrar.

Divulgação/SEGA

O repertório de Musashi é vasto, com combos que só se limitam pela criatividade do jogador. Quanto mais se avança no game, mais possibilidades entram para seu leque, transformando o protagonista numa verdadeira máquina de combate.

Além dos clássicos ataques leves e pesados, há kunais a serem arremessadas e os Ninpos — habilidades que vão de Bola de Fogo a shurikens gigantes. Nas situações mais apertadas, os Ninjutsus entram em cena. Esses especiais vêm acompanhados de belíssimas animações, e podem tanto restaurar a barra de vida de Musashi quanto causar dano massivo a todos os inimigos na tela.

A cada golpe, é perceptível que jogabilidade e arte se mesclam. Pequenas pausas ao acertar os inimigos enfatizam o poder devastador do Shinobi enquanto dão uma fração de segundo para se observar os arredores. Uma vez que o jogador encontra seu combo preferido, ele ainda consegue dar ritmo a esse ciclo, comandando o fluxo da batalha com as próprias mãos.

Mesmo os chefões mais intimidadores sucumbem frente aos golpes de Musashi. As sequências que funcionam contra adversários comuns também serão eficientes ao enfrentar bosses, ainda que uma precisão maior seja necessária na hora de aplicá-las.

Divulgação/SEGA

Felizmente, esse é outro forte de Art of Vengeance. Equipando o protagonista com esquivas, arpéu e pulos duplos, o game deixa claro as acrobacias ninja são parte essencial da gameplay, e nada melhor do que encaixá-las com uma execução coletiva — outro recurso de Musashi, que permite acabar com vários inimigos de uma vez.

O jogo até tropeça ao usar a mobilidade do protagonista em desafios de plataforma, que acabam se dificultando com algumas imprecisões. Na hora da porrada, entretanto, tudo funciona muito bem, e jogadores que extraem o máximo do Shinobi são recompensados com satisfação mecânica, moedas e orbes de cura, que são difíceis de serem obtidos por outros meios.

Ironicamente, é na arte que o game encontra sua maior dissonância. Há alguma crise de identidade em se colocar militares com um quê de futurismo num cenário que transborda cultura japonesa. É bem fácil saber qual dessas duas temáticas tem mais apelo estético, e a mistura soa desnecessária para o game.

Divulgação/SEGA

Ela parte do próprio Ruse, que ao obter um poder quase supremo se viu na obrigação de… fundar uma empresa maligna. Uma entidade quase divina não precisa de um exército com armas a laser para dominar o mundo, e Art of Vengeance não precisava da ENE para aprofundar sua lista de inimigos.

Já há variedade suficiente no game: mesmo após finalizar a campanha, é possível revisitar as belíssimas fases anteriores para coletar todos seus itens, ou rejogá-las completamente no modo Arcade, que dá notas ao desempenho do jogador. Para quem prefere um desafio diferenciado, o fim do jogo ainda habilita um Boss Rush que revive as batalhas mais épicas na aventura de Musashi.

Futuramente, Art of Vengeance já confirmou a chegada de uma DLC com chefões de outras franquias SEGA, protagonizando Robotnik, e também de desafios de speedrun, expandindo ainda mais a oferta de conteúdos.

Há pequenos borrões ao observar Shinobi: Art of Vengeance na lupa, mas o quadro pintado pela Lizardcube não deixa de ser imponente. Usando uma segmentação inteligente e explorando muito bem os seus recursos para exaltar a beleza gráfica, o game fica ao lado de Ninja Gaiden: Ragebound em uma curiosa sincronia de ótimos sidescrollers de ninjas que são baseados em franquias retrô.

Nota do Crítico