Absolum chamou a atenção dos fãs de roguelike desde seu anúncio: o estilo de arte único e a improvável mistura com o gênero beat'em up eram suficientes para conquistar a curiosidade de muitos. A questão, entretanto, é se essa união poderia dar certo.
Roguelikes, afinal, são sempre sobre precisão: em Hades, você se acostuma com os timings dos ataques inimigos para escapar do Inferno; em Balatro, é sobre escolher o Coringa que vai potencializar suas pontuações.
Beat'em ups, por outro lado, são mais conhecidos pela bagunça cooperativa. A natureza do game de deslizar verticalmente pelo cenário faz com que a imprecisão seja quase intrínseca, especialmente quando isso se soma aos vários elementos em tela.
Ironicamente, o outro chamariz de Absolum acaba sendo sua salvação nesse sentido. O cartunesco "limpo" faz com que tudo seja muito nítido na tela: não há borrões ou efeitos visuais em excesso — apenas o necessário para saber o que está acontecendo.
Claro que, para que tudo rode em harmonia, o combate precisa ser afinado. Na demo disponibilizada para o Omelete, quatro personagens já estavam habilitados e todos carregavam jogabilidades totalmente diferentes.
Por aqui, preferimos a mobilidade e rapidez de Cider, mas também há bastante valor no guerreiro Galandra, que ataca com uma grande espada. O anão Karl é um pouco mais pesado, e o sapo-mago Brome surpreende com raios de energia incríveis.
Os ataques básicos de cada um se somam às possibilidades que o próprio cenário oferece, como montarias e objetos arremessáveis.
É incrível que Absolum tenha atingido essa proficiência enquanto respeita os elementos básicos de seus dois gêneros: as comidas escondidas no cenário para recuperar vida estão ali, assim como as builds progressivas a cada run.
Ainda sem data de lançamento prevista, Absolum deve usar todo esse potencial para surfar em uma carência de roguelikes convencionais neste ano.