Emilia Clarke e Sophie Turner, respectivamente Daenerys Targaryen e Sansa Stark de Game of Thrones, falaram sobre alguns dos assuntos mais polêmicos da trama: o estupro. Enquanto a personagem de Clarke logo no começo da trama foi praticamente vendida à Khal Drogo (Jason Momoa) e se viu sendo obrigada a manter relações sexuais com o novo marido, Sansa passou por uma situação semelhante nas temporadas mais recentes, enquanto esteve nas mãos de Ramsay Bolton (Iwan Rheon). Em entrevista à Time, as duas comentaram a exploração da temática na trama.
"Quando Sansa foi estuprada, isso foi um dos assuntos mais comentados no Twitter", contou Turner. "Isso faz com que você se pergunte: na vida real, qual o motivo disso também não ser um dos assuntos mais discutidos sempre? Sansa é uma personagem, é fictícia, vamos aproveitar essa discussão e essa abertura para o diálogo para ajudar pessoas que estão passando por isso diariamente em suas vidas. Parar de tratar isso como um tabu e transformá-lo em um grande debate."
De acordo com a lógica da série, a violência sofrida pela personagem foi o catalizador de uma jornada em busca de vingança e de recuperação do poder. Contudo, no caso de Clarke, houve, no começo da série, uma discussão em torno da excessiva exploração da nudez feminina. "Eu não tenho nenhum problema em falar a qualquer pessoa que não era a experiência mais agradável. Como poderia ser? Eu não sei quantas atrizes gostam de fazer essa parte", conta Emilia Clarke.
Contudo, ao longo das temporadas, as cenas de nudez da atriz diminuiram drasticamente, muito em função da personagem ter encontrado caminhos para o poder que iam muito além de sua sexualidade. De acordo com a atriz, contudo, o modo como esse avanço ocorreu foi necessário para conquistar o público. "As pessoas não dariam nada por Daenerys se não tivesse a visto sofrer tanto", diz.
Sobre a cena de estupro de Sansa, David Benioff e D. B. Weiss, produtores executivos da série, contam não ter visto nenhum outro resultado possível além desse para uma personagem presa em um casamento com um psicopata, em uma versão distorcida da sociedade feudal. "Pode não ser o nosso mundo", diz Benioff, "mas ainda é a mesma dinâmica de poder entre homens e mulheres do mundo medieval. Isto é o que acreditávamos que aconteceria em uma situação desse tipo".
Weiss conta que a dupla conversou sobre outras possibilidades para a jovem. "Nós falamos sobre a chance de existir alguma outra maneira de evitar esse destino que não parecesse falsa. Não havia nenhuma outra versão para isso", conta.
Os capítulos inéditos do penúltimo ano de Game of Thrones vão ao ar em 16 de julho. Em tempo, a emissora também começou a disponibilizar assinaturas independentes do HBO GO, serviço de streaming, na América Latina - saiba mais.