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Entrevista

50 mil personagens simultâneos e mais! Os segredos e desafios de Zootopia 2

Nova animação da Disney chega aos cinemas com a missão de superar o original

6 min de leitura
27.11.2025, às 17H25.

Zootopia é um dos filmes mais divertidos que o estúdio Disney Animation produziu nos últimos anos. E nesta quinta-feira (27) chega aos cinemas a sequência de dessa animação, com a missão de superar o original e se auto-impor novos desafios. Para entender melhor como foi esse processo, o Omelete conversou com as mentes por trás dessa franquia — o diretor e chefe de conteúdo do Disney Animation, Jared Bush, o co-diretor Byron Howard e a produtora Yvett Merino.

Disney/Divulgação

O longa-metragem reencontra a dupla Judy Hopps e Nick Wilde, que precisa solucionar os rastros deixados por Gary, uma serpente misteriosa. No desenrolar da trama, descobrem que uma boa colaboração consiste em encontrar pontos em comum com aqueles que trabalhamos. Eles aprendem a se complementar, mesmo diante das diferenças.

Na entrevista, o trio de produtores compartilhou alguns detalhes especiais da produção, como a escolha dos animais que ganham destaque em cada filme. Entre os animais, é possível ver um tamanduá, e me dizem que a escolha não foi, necessariamente, um aceno ao Brasil. “Nós também somos loucos por animais. Ao analisar este filme e pensar em como expandir o mundo de Zootopia e mostrar animais que não vimos antes, fico feliz que você tenha visto o tamanduá. Essa é uma grande parte, mas temos animais de toda a região representados neste filme e acreditamos que continuar a expandir isso é importante para nós”, disse Bush, que também admitiu amar o Brasil e o carinho que os fãs daqui têm pelos seus filmes.

Como vimos no primeiro filme, os animais de Zootopia vivem vidas muito similares às nossas. Eles possuem seus próprios trabalhos, arte e, claro, crimes. Porém, há algo especial na sequência que a destaca do anterior — as referências. A mais marcante delas é ao filme Ratatouille, quando vemos um ratinho comandando o chef do restaurante. Sobre as várias pistas escondidas, Howard disse que há muitas: “estamos descobrindo nós mesmos” Ele acrescenta que “existem os grandes [easter eggs] intencionais. Como gostamos de cinema, então você verá acenos a filmes que amamos, como Ratatouille, filmes de Spielberg e alguns filmes de terror que você pode reconhecer. Mas sim, há inúmeros deles. É um filme muito denso.”

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Entretanto, por mais que Zootopia 2 tenha todos esses elementos, o filme foi um enorme desafio em termos de produção. Yvett Merino, uma das responsáveis por essa empreitada, conta que a animação precisou de muitas mãos nos bastidores, especialmente para animar uma cena com mais de 50 mil personagens “e todos se movem de forma diferente, não estão fazendo a mesma coisa”.

Merino diz que “temos uma equipe incrível de artistas que analisam e decidem como preencher essa área e fazer com que pareça um lugar vivo. Esse foi um dos desafios que me fizeram perder o sono. Mas, no fim, nunca deveria ter me preocupado, pois eles fizeram um trabalho incrível”. 

Você pode conferir o resultado desse trabalho nos cinemas de todo o Brasil; Zootopia 2 já está em cartaz. Abaixo, você encontra a íntegra dessa conversa sobre o filme!

Pedro Henrique Ribeiro/Omelete: Minha primeira pergunta é um pouco sobre o Brasil. Notei uma presença brasileira neste filme. Vocês optaram por incluir o tamanduá com um propósito ou foi apenas uma coincidência para os fãs brasileiros?

Jared Bush: Bem, antes de tudo, amamos o Brasil! Tivemos a oportunidade de compartilhar algumas prévias iniciais deste filme no Brasil, há pouco mais de um ano, o que foi um verdadeiro presente. Nós também somos loucos por animais. Ao analisar este filme e pensar em como expandir o mundo de Zootopia e mostrar animais que não vimos antes, fico feliz que você tenha visto o tamanduá. Essa é uma grande parte, mas temos animais de toda a região representados neste filme e acreditamos que continuar a expandir isso é importante para nós.

Omelete: Certo. Além do tamanduá, encontrei uma referência a Ratatouille. Há alguma outra referência que eu perdi?

Byron Howard: Há muitas! Tantas que nem nós sabemos, pois temos uma equipe muito discreta e todos são nerds. Há muitos Easter eggs que estamos descobrindo nós mesmos. Existem os grandes intencionais, como gostamos de cinema, então você verá acenos a filmes que amamos, como Ratatouille, filmes de Spielberg e alguns filmes de terror que você pode reconhecer. Mas sim, há inúmeros deles. É um filme muito denso.

Omelete: Certo, mas podem me dar um exemplo específico?

Jared Bush: Ah, meu Deus, há muitos! No início do filme, Nick e Judy parecem ser criminosos aos olhos do departamento de polícia e estão em seus trenós. Algo que sempre conversamos é que, ao saírem, você vê luzes na distância atrás deles. Essa foi realmente uma referência a E.T., algo antigo de Spielberg que realmente amamos. Você verá referências a Roger Rabbit, é claro. Pode haver uma referência... não quero estragar a maior de todas, mas talvez haja algo de Silêncio dos Inocentes que você possa ver por aí. Há muitas, muitas referências nesta história.

Omelete: Sim. Eu gosto de comparar Zootopia a Brooklyn 99.

Byron Howard: Ah, sim! Consigo ver isso.

Omelete: Falando em Brooklyn 99, Zootopia tem um elenco muito famoso. Qual desses talentos vocês mais gostaram de ver dando voz aos seus personagens?

Byron Howard: Bem, falando em Brooklyn 99, Stephanie Beatriz, nossa maravilhosa voz da Mirabel de Encanto, é uma de nossas participações especiais. Nunca se sabe, é um elenco grande. Temos 70 papéis falantes, mas muita da nossa "família Disney" e também pessoas que sempre sonhamos em ter para fazer uma pequena aparição estão lá. Acho que será divertido para o público descobrir enquanto assiste.

Jared Bush: Andy Samberg também está em Brooklyn 99, então estamos muito bem. Temos a real satisfação de que com praticamente qualquer ator com quem trabalhamos, sabemos que vamos passar muito tempo juntos. Por isso, procuramos pessoas com quem vamos gostar de trabalhar. Adoramos trabalhar com todos. Temos um elenco enorme neste filme por causa dos muitos personagens e tipos de animais. Cada pessoa que se juntou ao filme trouxe algo especial, único e divertido para o seu papel. E isso, para nós, é uma das melhores partes do nosso trabalho: poder conhecer alguém e ver como o personagem muda no segundo em que essa pessoa começa a falar. Encontramos coisas novas, há novas nuances, novas piadas. E isso é sempre uma parte muito gratificante do processo.

Omelete: E Yvett, sobre a produção, quais foram os principais desafios de Zootopia 2 em comparação com o primeiro?

Yvett Merino: Todos os filmes que fazemos são super, super difíceis. Temos uma equipe incrível que ama contar histórias e realmente ajuda a concluir esses filmes. No entanto, todos os filmes têm seus desafios. Neste em particular, muitas coisas me tiraram o sono, mas o maior desafio é que estamos criando o mundo de Zootopia, que é uma cidade viva, um lugar vivo, com personagens andando no fundo. Sabíamos que precisávamos fazer com que parecesse uma cidade real, não vazia. 

A quantidade de personagens que tivemos que construir, animar e colocar em todas as cenas é realmente impressionante. Temos algumas cenas com milhares de personagens; acho que a nossa maior tem mais de 50 mil personagens, e todos se movem de forma diferente, não estão fazendo a mesma coisa. Temos uma equipe incrível de artistas de multidão que analisam e decidem como preencher essa área e fazer com que pareça um lugar vivo. Esse foi um dos desafios que me fizeram perder o sono. Mas, no fim, nunca deveria ter me preocupado, pois eles fizeram um trabalho incrível.