Recebido com resenhas mornas e cobranças de falta de profundidade dramatúrgica em sua passagem pelo Festival de Toronto, a nova versão do clássico Sete Homens e um Destino (1960) cavalgou por pradarias mais calorosas na Espanha, recebido com aplausos calorosos da crítica e uma ovação do público das seções de gala de San Sebastián.
Desde 10h desta sexta, o balneário virou palco para o maior evento de cinema do país, que acolhe o faroeste de Antoine Fuqua em uma serie de projeções em tributo ao ator Ethan Hawke. Ele integra o rol dos "sete magníficos" do título original, ao lado de Denzel Washington e de (um soberbo) Chris Pratt. Mas Ethan tem cenas mais luminosas que as deles e só não rouba o filme todo para si graças ao empenho de Peter Saarsgard como vilão.
Hawke passa pela cidade no sábado, para uma sessão de honra pelo conjunto de suas três décadas de carreira. Além dele, San Sebastián homenageia a atriz Sigourney Weaver e o galã Gael García Bernal. Delineado a partir do western homônimo de John Sturges, inspirado por sua vez em Os Sete Samurais, de Akira Kurosawa, o Sete Homens e um Destino - versão Fuqua encontrou no festival espanhol uma vitrine de luxo para seu lançamento no Velho Mundo.
No Brasil, ele entra em circuito no dia 22 deste mês, com fôlego para virar um blockbuster. Pelo menos a sequência loooooonga (mas velocíssima) do acerto de contas entre os mocinhos e os caubóis de Sarsgaard eletrizou a todos aqui, onde o longa ocupou o suntuoso Cine-Teatro Principal, na parte antiga (e mais nobre) da cidade.
Logo após a sessão, a imprensa foi convidada a ver a première local de Neruda, longa de narrativa experimental do chileno Pablo Larraín (de No) sobre o exílio de seu maior poeta, caçado por um homem da lei (Gael) implacável. O filme foi um dos maiores êxitos da Quinzena dos Realizadores de Cannes, em maio. E chegou aqui com fôlego para brilhar nas resenhas e nas palmas dos pagantes.