Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Veja as ofertas
Termos e Condições Política de Privacidade
Filmes
Entrevista

Rodrigo Santoro sobre papel em O Último Azul: "Precisamos rever o masculino"

Ator interpreta Cadu em filme que pode representar o Brasil no Oscar 2026

4 min de leitura
23.08.2025, às 06H30.

Rodrigo Santoro é um ator versátil. De um poderoso rei persa a um inocente frade descobrindo o amor, o ator de 50 anos pode dizer que sempre interpreta personagens diferentes uns dos outros. No caso de O Último Azul, novo filme de Gabriel Mascaro (Boi Neon), o astro brasileiro dá vida a um piloto de barco sisudo e pouco aberto para emoções, cujos traumas do passado o mantém inerte em sua realidade sem qualquer perspectiva de mudança. Isso, claro, até encontrar Tereza (Denise Weinberg), uma idosa de 77 anos que se recusa a passar seus últimos momentos na Terra em uma colônia comandada pelo governo.

No longa, após aceitar levar Tereza em uma viagem pelos rios do Amazonas, Cadu passa por experiências que o levam a baixar a guarda e revelar suas inseguranças. Um homem que até então não expunha sentimentos passa a aceitá-los com convicção. Algo que, para Santoro, sempre foi essencial em sua vida.

“Eu não quero controlar minhas fragilidades”, afirmou o ator em bate-papo com jornalistas do qual o Omelete participou durante o Festival de Gramado 2025. "Meu ego gostaria que eu estivesse composto, mas não sou feito apenas por ele. Quando isso acontece, eu preciso me emocionar, eu preciso dar vazão [aos sentimentos]. O homem precisa poder se emocionar, falar, pedir ajuda. Fui criado em um ambiente muito feminino, cresci em um e ainda vivo em um, e aprendi muita coisa.”

Santoro dissecou sua visão de quem era Cadu antes do encontro com Tereza. “Aquele barco para ele era uma prisão. Ele vivia de luto e com arrependimentos após ter perdido seu grande amor. Embora para ele [o barco] representasse liberdade, na verdade era outra coisa.”

Segundo o ator, não foi apenas a oportunidade de trabalhar com o Mascaro que lhe fez aceitar o convite para atuar em O Último Azul. Havia uma proposta no roteiro que foi o ás na manga para convencer Rodrigo: a possibilidade de mostrar um outro lado do masculino.

“Ele [Cadu] abraça sua fragilidade e assume que tem o direito de buscar sua felicidade. Eu e Gabriel conversamos muito sobre o que não está no texto, e é ainda mais difícil construir esse universo com o que não está ali. E isso me motivou, me motiva a viver este tipo de personagens. Precisamos rever o que é o masculino.”

Tudo sobre o filme brasileiro O Último Azul

Dirigido por Gabriel Mascaro (Boi Neon; Divino Amor), O Último Azul foi o filme de abertura do Festival de Gramado deste ano, que em sua 53ª edição, acontece entre 13 e 23 de agosto. 

“Quando fazemos filme brasileiro, o que mais queremos é mostrá-lo para o Brasil. E finalmente, depois de uma linda trajetória em festivais, a gente vai poder estrear no Brasil no Festival de Gramado, e logo em seguida entrar em cartaz”, diz o diretor, Gabriel Mascaro. “Tem sido muito bonito ver um personagem que, de maneira muito universal, fala tanto sobre várias culturas – uma personagem idosa em busca do seu sonho, encontrando o seu desejo. É muito lindo ver um longa filmado na Amazônia, no Brasil, encontrar ressonância com tantas culturas diferentes”, concluiu. 

A obra de Mascaro foi premiada com o Urso de Prata no Festival de Berlim 2025, e foi exibido em outros 13 festivais pelo mundo - incluindo países como China, República Tcheca, Islândia, México, Polônia, Taiwan, Reino Unido e Uruguai. 

Protagonizado por Denise Weinberg, com Rodrigo Santoro, Adanilo e a atriz cubana Miriam Socarrás no elenco, o longa é situado na Amazônia, em um Brasil quase distópico, onde o governo transfere idosos para uma colônia habitacional em que vão “desfrutar” seus últimos anos de vida. 

Antes de seu exílio compulsório, Tereza (Denise), uma mulher de 77 anos, embarca em uma jornada para realizar seu último desejo. Uma aventura sobre resistência e amadurecimento ao longo dos rios da Amazônia.

A estreia no circuito comercial brasileiro acontece em 28 de agosto, com distribuição da Vitrine Filmes

Webstories