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O Som do Coração

Com bom elenco, o drama é previsível, mas consegue emocionar

14.02.2008, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H33

Sabe aquela expressão de que cada sapato tem seu pé? Pois cada filme também tem a sua audiência. O Som do Coração (August Rush, 2007) não é para quem gosta de ir ao cinema atrás de filmes de ação, aventura, tiros, explosões ou suspense. Desde o primeiro quadro e a primeira nota fica claro que o drama foi feito para quem gosta de se acomodar na poltrona, segurar a mão da pessoa ao lado e, de preferência, arrumar um canto no ombro, onde vai poder chorar sem piedade.

O som do coração - 2

o som do coração - 1

A história começa mostrando dois músicos talentosos, Lyla Novacek (Keri "Felicity" Russell) e Louis Connelly (Jonathan Rhys Meyers). Ela é uma jovem violoncelista que se apresenta acompanhada de orquestras. Ele é um roqueiro irlandês que toca ao lado do irmão e sua banda. Em uma noite de Nova York, os dois são atraídos pelo som de uma gaita até o topo de um prédio, se apaixonam e prometem se ver novamente. O que nunca acontece.

Em um orfanato, Evan Taylor (Freddie Highmore) é visto como uma aberração pois costuma dizer que ouve música por todos os lugares e pode se comunicar com seus pais. Solitários e sem esperança, os outros meninos não o perdoam. Na esperança de provar que eles estão errados e que ele vai conseguir conhecer seus pais depois de mais de uma década sozinho, Evan parte atrás do seu sonho. Acaba em Nova York, a cidade que não dorme e onde barulhos (ou música) não faltam.

Na Big Apple, o menino é acolhido pelo Mago (Robin Williams menos palhaço e caricato que seu normal), um "empresário" independente de crianças que tocam pelas ruas da cidade. O dom de Taylor logo é reconhecido e antes de ir para as ruas mostrar o que sabe, ele é rebatizado como August Rush. Inocente, tudo o que ele quer é tocar para o máximo de pessoas possível, pois acha que seus pais vão escutá-lo e eles serão felizes para sempre.

O roteiro deixa de lado qualquer resquício de realidade e costura da forma mais previsível possível a vida de Rush, levando-o até mesmo à Jilliard, a mais conceituada escola de música dos Estados Unidos, onde é tratado como um pequeno gênio. Um jovem Beethoven ou Bach, que consegue reger os sons do mundo e transformá-los em música.

A esta altura, mesmo sabendo que embaixo daquele suculento queijo há uma ratoeira, o público já foi fisgado. Lágrimas já se alojam no canto do olho e o maior medo passa a ser o momento em que as luzes vão se acender. Estejam preparados!