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O Senhor dos Anéis: Entrevista exclusiva: Karl Éomer Urban e Miranda Éowyn Otto

Entrevista exclusiva: Karl Éomer Urban e Miranda Éowyn Otto

MF
06.01.2003, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H13

Éowyn (Miranda Otto)

Éomer (Karl Urban)

A donzela guerreira de Rohan observa a cidade de Edoras...

... enquanto Éomer desconfia das intenções do conselheiro do Rei Théoden.

Éowyn, assim como boa parte das cozinheiras do omelete, se apaixona por Aragorn.

Esta é a primeira vez que Miranda Otto (Éowyn) e Karl Urban (Éomer) participam de uma turnê promocional de um filme, mas os dois parecem bem à vontade. Durante a meia hora em que conversamos, eles fizeram piadinhas, contaram como foi ficar ao lado de estrelas conhecidas como Liv Tyler e Ian McKellen e porque todas as mulheres se apaixonam por Aragorn.

Como é falar de O Senhor dos Anéis, algo que vocês fizeram dois anos atrás?

Miranda Otto: Quando estávamos na Nova Zelândia gravando as novas cenas, eu acabei falando com alguns jornalistas e fiquei meio confusa uma hora, porque eu tinha participado de cinco outros projetos entre a filmagem principal e aquele momento. Daí eu ficava pensando está certo isso que eu falei? O meu pai é o meu tio, ou é o meu pai? (risos)

Vocês tinham lido o livro antes de fazer o filme?

Karl Urban: Eu li quando tinha 12 anos e li de novo antes de começar o filme.

MO: Eu só comecei a ler quando estava fazendo os testes para o filme e terminei quando consegui o papel.

Vocês fizeram os seus testes para os papéis em que foram escolhidos ou não sabiam muito bem para qual papel estavam sendo testados?

MO: Eu estava tentando o papel do Um Anel. hahaha

KU: Eu queria mesmo era interpretar um dos cavalos... hahaha

Eu estava participando de um filme chamado The Price of Milk, dirigido por Harry Sinclair, que é o ator que interpreta Isildur. Harry é amigo de Peter Jackson e levou o Price of Milk para mostrar para ele. Daí recebi duas ligações. Uma para checar se eu estava disponível e a outra para saber se eu queria interpretar Éomer.

Além dos seus personagens, vocês têm outros personagens desta saga que gostariam de interpretar?

MO: Eu gostaria de fazer Gollum.

É o preferido de todo mundo até agora.

MO: É porque tem toda esta mudança e conflitos internos que interessam a qualquer ator. E Andy [Serkis] desempenhou isso tão bem...

KU: Eu não conseguiria escolher. Não me imagino como nenhum outro personagem.

Você não acha que ficou um pouco exagerado aquela cena final, em que você e Gandalf chegam com uns, sei lá, 3 mil soldados para a batalha final?

KU: Éomer estava na fronteira justamente recrutando gente entre os povos que ainda eram amigos dos cavaleiros, então acho que não.

Como foi interpretar uma mulher que tem que dar coragem e apoio a um povo em guerra?

MO: É interessante fazer o papel de uma pessoa que no começo é como uma princesa, com longos cabelos esvoaçantes e depois se mostra de tão imponente como os homens nas suas habilidades físicas. Atualmente, é difícil encontrar personagens femininos com esta profundidade. Geralmente os papéis são de namoradinhas bonitinhas, ou mães sem nenhuma complexidade.

Éowyn sabia que Aragorn tinha um comprometimento com Arwen, mas mesmo assim acaba se apaixonando por ele. Você teve alguma experiência parecida na vida real?

MO: Eu não encontrei muitos reis ainda (risos), mas acho que você tem que ser uma pessoa muito sortuda para nunca ter vivido nada parecido com isso.

O que acontece com Éowyn, na verdade, é que ela não se preocupa muito com esta outra pessoa, porque tudo o que ela sabe é que ele usa um amuleto que foi desta mulher muito especial que foi embora. Ela não sabe que tipo de sentimento eles ainda têm.

Eu tenho que confessar que eu tenho ciúmes de Aragorn.

MO: Sério? Mas você gosta dele, né?

Sim, mas é que minhas amigas e minha namorada acham ele o máximo e na história você também se apaixona por ele. O que é que ele tem de tão especial que eu, como homem, não consigo entender?

MO: Você não quer entender, isso sim. (risos) Aragorn é lindo, mas o que atrai é a mistura que há entre o poder, as aptidões físicas, coragem e todas as outras coisas que vão fazer dele o rei dos homens. E ao mesmo tempo, ele é sensível, compreensivo e misterioso. Ele é tão poderoso quanto humilde e carinhoso.

E Viggo Mortensen também é tudo isso?

MO: Ele é bem parecido com Aragorn. Ele tem uma ótima aptidão física, por exemplo, todas as cenas de luta, foi ele mesmo quem fez. Um dia, quando eu estava conversando com um dos dublês, ele me contou uma história sobre aquela cena do primeiro filme em que atiram uma faca na direção dele. O dublê falou que ficou semanas treinando até conseguir acertar a faca com a espada e Viggo conseguiu na primeira tentativa.

Além de tudo isso, ele é muito sensível, inteligente, carinhoso e humilde.

É verdade que ele costumava dormir com a armadura para entrar mais no personagem?

MO: Ouvi dizer que ele dormiu com a espada uma vez, mas não sabia dessa da armadura.

KU: É verdade, sim. É um trabalho muito complicado você conseguir entender o personagem e encarná-lo. Demora um certo tempo. E Viggo não tinha este tempo, porque ele foi escolhido depois que todo mundo já estava lá [para substituir Stuart Towsend, que originalmente viveria Aragorn e não se encaixou no papel por ser jovem demais].

Como foi estar ao lado de tanta gente experiente?

MO: As pessoas que eram mais famosas faziam de tudo para nos deixar o mais confortáveis possível. A primeira vez que cheguei no set, eu vi Liv Tyler e pensei nem vou lá perturbá-la, mas ela veio até mim e deu um abraço bem forte, o que é uma coisa bem difícil de uma outra atriz fazer, e falou que bom que você está aqui. Até que enfim outra mulher. Podemos sair e fazer coisas de meninas, não preciso mais ficar só com os meninos. Infelizmente, nós quase não ficamos juntas porque nossas filmagens eram em lugares e dias diferentes, mas este clima descontraído era constante por lá. Lembro de um outro dia que eu estava esperando para fazer a minha cena quando Ian [McKellen] chegou do meu lado e ficou segurando a minha mão. Foi tão bom.

Seus personagens entram na história só neste segundo filme. Vocês tiveram algum problema para pegar o bonde andando?

MO: Tanto o meu roteiro quanto o da Liv mudaram bastante em relação ao que recebemos no começo do trabalho. Eles decidiram que deveriam ir além do livro. Eu tive que jogar no lixo o texto inicial e esperar o novo, que vinha chegando aos poucos. Foram feitas mudanças até mesmo geográficas, já que o meu personagem nunca vai para o Abismo de Helm no livro. O mais difícil foi saber para onde Éowyn estava indo, pois eu não sabia o que eles estavam escrevendo para o meu futuro.

A maioria dos atores ficou 15 meses na Nova Zelândia para filmar. Quanto tempo vocês tiveram que ficar lá?

KU: eu moro lá. (risos)

MO: Fiquei uns 6 meses.

Como foi o treinamento de vocês?

KU: Foi bem puxado. Tive de treinar bastante para aprender a cavalgar com a confiança de um cavaleiro. E tive que aprender a lutar com espadas também, o que tomava o resto do meu tempo livre. Muitas vezes tinha que usar o meu horário de almoço para treinar as lutas com espada, escudo e tudo mais.

MO: Uns três meses antes de começar a filmar eu tive aulas de como cavalgar e lutar com espadas. Eu gostei muito de usar as espadas. Isso e o figurino medieval foram as duas coisas que eu mais gostei de aprender. Saber lutar ajudou muito a desenvolver a força interna que Éowyn possui. No terceiro filme eu vou me juntar aos meninos e participar de umas boas lutas.

Vocês vão ter de voltar para a Nova Zelândia em 2003 para novas filmagens?

MO: Eles pediram para deixar maio e junho livres na nossa agenda. Desta última vez, só precisei fazer duas novas cenas. Gastei no máximo umas quatro horas no set.

Participar de O Senhor dos Anéis abriu portas para novos projetos?

MO: É difícil de dizer isso agora, porque eu trabalhei bastante desde que terminei este filme, mas eram projetos que eu já tinha me comprometido a fazer bem antes de O Senhor dos Anéis. Acho que só a partir de agora é que vai dar para medir se estar aqui fez ou não diferença. Mas o fato é que me sinto privilegiada, afinal poucas pessoas tiveram a chance de participar de um projeto tão grandioso, criativo e interessante como este.