A Miramax tem a sua imagem confundida com a dos irmãos Bob e Harvey Weinstein. Logo que abriram a empresa - nome em homenagem aos seus pais, Miriam e Max - ao capital do grupo Disney, os Weinstein viraram os mecenas mais festejados da indústria. Diferente dos burocratas hollywoodianos, Bob e Harvey respeitariam a liberdade artística de roteiristas e diretores e produziriam obras de atestado valor estético. De fato, a rápida ascensão da Miramax nos anos 90 se ligou ao sucesso de filmes queridos no Oscar como Pulp Fiction (1994), O Paciente inglês (1996), Gênio indomável (1997) e Shakespeare apaixonado (1998).
Mas os Weistein agora anunciam que, a partir de setembro, não farão mais parte da direção executiva da empresa que fundaram em 1980. Seguem como co-presidentes e continuam a produzir filmes para a Disney através de sua nova companhia, The Weinstein Co. O anúncio se deve a anos de discórdias entre os irmãos e o manda-chuva da Disney Michael Eisner - perito em causar atritos também com a Pixar. A gota dágua foi a negativa de Eisner em 2004 diante do desejo da Miramax de distribuir o controverso documentário Fahrenheit 11 de setembro, o filme de Michael Moore que se mostrou uma mina-de-ouro. Ironicamente, Eisner dá lugar ao executivo Bob Iger na chefia da casa também em setembro.