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O fabuloso destino de Peter Jackson

O fabuloso destino de Peter Jackson

AR
26.08.2003, às 00H00.
Atualizada em 14.11.2016, ÀS 02H07

Recentemente impulsionado pelas lições do Professor J.R.R. Tolkien, o "Um diretor" da trilogia O Senhor dos Anéis, defende e atesta a lendária tese de que até mesmo a menor pessoa pode mudar o rumo da (sua) história.

Ao assistir pela primeira vez ao cultuado clássico King Kong (idem - 1933, de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack), o neozelandês filho de imigrantes ingleses, que em sua infância já clicava alguns prematuros trabalhos pelas lentes de uma câmera super-8mm, mal imaginava que em pouco mais de três décadas seria o escolhido para encabeçar o disputado remake da história do gorila mutante (seu filme favorito). Sua jornada cinematográfica, no entanto, trilhou caminhos distantes das eternas labaredas na Montanha da Perdição, e o alçou muito além da simplicidade do primata nas alturas do Empire State Building.

Inspirado por mestres da estirpe de Sam Raimi e George A. Romero - com suas respectivas pérolas negras Evil Dead e Dawn of the Dead - o compacto escritor, ator, produtor, cameraman, editor e diretor, orgulhosamente deu às trevas uma prole bastarda que sintetiza o horror clássico com um ácido senso de humor.

Sua filmografia inicial, especialmente nos títulos Náusea Total (Bad Taste, 1987) e Fome animal (Braindead/Dead-Alive, 1992), deixa transbordar toda a estética cômica "trash" e incorpora aspectos de "thriller". Ambos roteiros contemplam forças inumanas conspirando contra a humanidade, sob o véu de intricados efeitos especiais e criativas técnicas de maquiagem. Ainda de sua escola sombria saíram o acadêmico Almas gêmeas (Heavenly Creatures, 1994) - obra-prima baseada em fatos reais e indicada ao Oscar de Melhor de Roteiro Original - e o mainstream Os Espíritos (The Frighteners, 1996), que contou com Michael J. Fox no papel principal.

Uma outra face de Jackson - suavemente menos genocida, porém garantidamente cômica - trouxe à luz da notoriedade os "clássicos" Meet The Feebles (1989) e Forgotten Silver (1995). O primeiro foi uma psicotrópica paródia (entende-se aqui, releitura genial) dos bastidores do comportamento humano; já o outro representou, como o conhecido A Bruxa de Blair (Blair Witch Project, 1999, de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez), um pseudo-documentário facilmente digerido pelos demasiados incautos telespectadores, mas que garantiu a degustação geral da nação neozelandesa. Além dos trabalhos originalmente próprios, Peter apontou sua varinha mágica para os filmes Jack Brown Genius (1995), Contato (1997), com Jodie Foster, e Valley of the Stereos (1992), dos quais participou em diferentes graus.

Aqui, em terras emergentes do terceiro mundo, onde a cinematografia off-hollywood chega em doses homeopáticas, a maneira mais adequada de um tupiniquim adquirir os artefatos do mestre dos magos é por sites de lojas internacionais como o Amazon.com - pagando os devidos preços de moeda imperialista, língua estrangeira e fretes transcontinentais.

Atualmente, conforme ladra sua feroz matilha de assessores e afins, o inacessível adestrador de claquetes tem dedicado cada minuto das vinte e quatro horas de seus preciosos dias para retocar e garantir o progênito sucesso do capítulo final na trindade fantástica, O Retorno do Rei, que chegará aos cinemas nacionais apenas em 25 de dezembro, segundo informou a Warner Bros Brasil. Às custas de clichês conformistas, os incansáveis fanáticos à espreita podem improvisar os hometheaters a fim de anestesiar sua ansiedade vendo o filme As Duas Torres (2º na trilogia dos Anéis) já disponível em DVD e VHS nos pontos de venda especializados.

Tudo indica que o retorno do outro rei, o símio, terá que esperar mais um pouco.

Agradecimentos:
The Bastards Have Landed (fansite oficial, em Inglês)