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As personagens de O Escândalo na vida real

Megyn Kelly e Gretchen Carlson são vividas por Charlize Theron e Nicole Kidman

16.01.2020, às 17H17.
Atualizada em 17.01.2020, ÀS 13H09

O Escândalo, filme que retrata as revelações de assédio que derrubaram o Presidente da Fox News, Roger Ailes, é uma das grandes estreias do início de 2020, ainda mais impulsionada pelas três indicações ao Oscar que o filme recebeu. No longa, Charlize Theron e Nicole Kidman interpretam apresentadoras reais da emissora, e John Lithgow interpreta Ailes.

Enquanto o filme toma algumas liberdades, grande parte dos acontecimentos de O Escândalo são baseados em relatos reais, que foram construídos a partir de depoimentos de ex-funcionárias da Fox News que quebraram seus contratos de confidencialidade. Para entender melhor o caso por trás do filme, conheça abaixo um pouco mais sobre cada uma das personagens e que parte de suas histórias foi levado às telas:

John Lithgow é Roger Ailes

Andrew Toth/Getty Images/AFP

Roger Ailes trabalhou em diversas emissoras menores antes de se tornar Presidente fundador da Fox News em 1996, baseado em seu histórico como propulsor de campanhas políticas de nomes como Richard Nixon, Ronald Reagan e George H. W. Bush. Como a Fox News Group fundou o canal para apelar ao público conservador, Ailes pareceu uma contratação certeira. A ascensão da Fox News como o maior canal da mídia conservadora é atribuída amplamente às estratégias de Ailes.

Em 2016, Ailes foi afastado da presidência da Fox News após diversas alegações de assédio de funcionárias da emissora, impulsionadas por um processo judicial liderado pela apresentadora Gretchen Carlson

Nicole Kidman é Gretchen Carlson

Bryan Bedder/Getty Images/AFP

Gretchen Carlson entrou na Fox News como uma das apresentadoras do programa Fox & Friends, em 2006, e em 2013 ganhou seu próprio programa matinal, The Real Story with Gretchen Carlson. Como figura pública e correspondente da Fox, Carlson já teve diversas polêmicas associadas ao seu nome, incluindo participação em conversas que alegavam que Obama era secretamente muçulmano.

Em 2016, Carlson divulgou sua saída da Fox junto ao anúncio de um processo legal de assédio sexual contra Roger Ailes, que citava também o seu co-apresentador Steve Doocy. Carlson alegou que Ailes rebaixou ela a outro programa com um salário menor por causa de suas reclamações que Doocy tinha um comportamento inapropriado. Carlson também explica que Ailes comentava repetidamente sobre sua aparência física, pedia para que ela virasse para admirar seu posterior e, quando ela reclamou sobre esse comportamento, ele respondeu [via Politico]: "Acho que eu e você deveríamos ter tido uma relação sexual há muito tempo, você estaria bem e seria melhor e eu estaria bem e seria melhor".

O processo de Carlson iniciou também uma investigação interna da Fox e abriu portas para mais de dez funcionárias e ex-funcionárias da emissora, que alegaram ter passado por experiências semelhantes. Uma das maiores vozes neste sentido foi de Megyn Kelly, possivelmente a maior apresentadora feminina da Fox News.

Charlize Theron é Megyn Kelly

Kevin Winter/Getty Images/AFP

Megyn Kelly trabalhou em uma emissora associada da ABC antes de entrar na Fox em 2004, onde começou fazendo segmentos e, em 2010, ganhou seu próprio programa. Em 2013 ela já estava entre os maiores nomes da emissora, disputando a liderança de audiência com o programa de Bill O'Reilly. 

Assim como Carlson, Kelly também é associada à polêmicas por causa de seus comentários como apresentadora. Seus maiores casos controversos incluem a defesa de blackface e a ideia de que Papai Noel seria branco. Ao mesmo tempo, por causa de seus questionamentos sobre o comportamento de Donald Trump, ela também foi aclamada como defensora dos direitos das mulheres. 

Durante o escândalo de assédio contra Roger Ailes, Kelly conversou com os responsáveis pela investigação interna afirmando que ela também foi assediada por Ailes durante o começo de sua carreira na Fox. A declaração de Kelly, no entanto, nunca foi divulgada. Alguns detalhes do assédio que passou foram descritos em seu livro, Settle for More, que também serviu como base para O Escândalo.

A personagem de Margot Robbie

Em O Escândalo, Margot Robbie interpreta Kayla Pospisil, personagem que nunca existiu na vida real. Na realidade, o papel é baseado nos depoimentos das vítimas que conversaram com a produção, e incluído para mostrar como o reino de Ailes afetava as jovens jornalistas, que tinham menos poder nas mãos que Kelly ou Carlson.

"Kayla é uma amálgama das histórias de diversas mulheres, e algumas especificidades das cenas são retiradas diretamente de interações reais que estas mulheres tiveram", explicou a atriz à EW, fazendo referência à mais de 20 mulheres que quebraram seus contratos de confidencialidade explicando suas experiências à equipe de produção. Suas identidades foram mantidas em segredo.