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New Line tira referências à Igreja de <i>As Fronteiras do Universo</i>

New Line tira referências à Igreja de <i>As Fronteiras do Universo</i>

EF
10.12.2004, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 12H54
Chris Weitz (Um grande garoto), diretor da adaptação para o cinema de As Fronteiras do Universo (His Dark Materials), comentou numa entrevista que o roteiro vai evitar referências à Igreja e à religião. A exigência, segundo ele, foi feita pela New Line Cinema, preocupada com o impacto desse aspecto da história de Phillip Pullman nas bilheterias.

A trilogia, que faz sucesso na nova categoria de livros infanto-juvenis lidos também por adultos, formada por A Bússola Dourada, A Luneta Âmbar e A Faca Sutil, mostra a história de Lyra Belacqua, uma garota da cidade de Oxford de um universo paralelo ao nosso. Todos os humanos do universo de Lyra possuem daemons, espíritos animais conectados a eles por toda a vida. Os daemons dos adultos têm uma forma definida, enquanto os daemons das crianças são capazes de mudar de forma, o que atrai a Igreja, que inicia uma série de experiências secretas sobre o assunto. Lyra acaba participando de uma luta que envolve vários universos paralelos - incluindo o nosso -, além de bruxas e anjos, e coloca a Igreja sob uma luz bastante crítica.

Segundo Weitz, a New Line considera que qualquer aspecto anti-religioso no filme poderia tornar o projeto economicamente inviável, principalmente nos puritanos Estados Unidos. Produtores ligados ao projeto já haviam comentado que o foco do filme seria o lado mais aventureiro da história, que inclui zepelins e ursos polares dotados de armaduras, e que deve exigir toneladas de efeitos digitais.

Outro ponto que tem atraído o ódio dos cristãos radicais é a Autoridade. Embora um debate entre o autor e um bispo na Inglaterra tenha acontecido pacificamente, sem que o livro fosse considerado blasfemo, a opinião nos Estados Unidos é outra, com His Dark Materials atraindo ainda mais acusações do que Harry Potter. Para a maioria dos leitores contrários a Pullman, a Autoridade é Deus. Weitz, no entanto, diz que o escritor definiu a Autoridade como qualquer entidade arbitrária, seja ela política, religiosa, totalitária, fundamentalista, comunista ou seja o que for que impeça a liberdade do indivíduo. O diretor garante que não pretende mudar a natureza ou intenção dos vilões, mas que eles podem aparecer de forma mais sutil.

Seja como for, a simples existência do filme - alterado ou não - promete dar um tremendo alvo para que os radicais exerçam seu fanatismo. E as filmagens ainda nem começaram.