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Maus Hábitos

Disturbios alimentares e religião em xeque no filme de Simón Bross

ÉB
31.07.2008, às 15H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H38

Estranho e interessante esse Maus Hábitos (Malos Habitos, 2007), longa-metragem mexicano de Simon Bross.

O filme reúne narrativas paralelas que têm em comum distúrbios alimentares. Na primeira, uma feira (Ximena Ayala) acredita que seus jejuns operam milagres. Na outra, uma mãe anoréxica (Elena de Haro) desespera-se com a gordura da filha (Elisa Vicedo), tentanto fazer com que ela emagreça antes da cerimônia de primeira comunhão. Personagens periféricos também enfrentam suas próprias agruras - todas relacionadas de uma maneira ou de outra à comida.

O diretor oferece paralelos interessantes entre a alimentação e a religião. A gula da filha, afinal, é um pecado capital. Assim com a soberba, que motiva a mãe. Mas qual seria então o pecado da freira, que através da privação tenta salvar a cidade de uma catástrofe que ela sente ser iminente? Bróss rodeia a questão com elegância. Seriam mesmo condenáveis esses pecados? Ou o pecado depende apenas do uso que se faz dele?

O drama, curiosamente, responde tais perguntas através dos gordinhos. Note os destinos da filha, da amante (Milagros Vidal) e do engenheiro (Marco Antonio Treviño), personagens que entregam-se aos seus prazeres sem culpa.

Igualmente interessante é o uso da iluminação e enquadramentos, que mais lembram um suspense sobrenatural em vários momentos. As seqüências de sonho/visões da freira são especialmente inspiradas, estreitando a relação entre o tema dos distúrbios e a religião católica.