Filmes

Artigo

Kong: A Ilha da Caveira | "Não quero ser ator de somente um tipo de filme", diz Tom Hiddleston

Omelete conversou com ator no set de seu novo filme, que fará uma reimaginação do clássico da década de 1930

15.02.2017, às 14H07.
Atualizada em 15.02.2017, ÀS 15H01

Tom Hiddleston vai protagonizar um grande filme pela primeira vez na carreira. Ainda que fosse o centro das atenções em Thor e em Vingadores, o ator inglês pegou para si a responsabilidade de fazer Kong: A Ilha da Caveira um sucesso. O Omelete foi ao Havaí visitar a ilha que a Warner e a Legendary construíram para dar vida ao mundo mágico de King Kong. Durante as dez horas em que estivemos na locação, os momentos mais impactantes foram sempre protagonizados por Hiddleston. Eloquente e conhecedor do produto que tem em mãos, o ator falou conosco por mais de meia hora sobre o projeto, sua carreira e a forma como se faz cinema hoje.

"Somos uma indústria que faz duas coisas: arte e entretenimento. Raramente as duas se unem. Eu sempre procuro estar em todas estas vertentes. Não quero ser um ator de um tipo de filme ou papel". É difícil não concordar com ele. Dos indies High Rise e Amantes Eternos, até os blockbusters da Marvel, Hiddleston é um dos poucos atores da atualidade a conciliar bem seu talento ao resultado de bilheteria. É verdade, porém, que ele ainda não emplacou nenhum como rosto principal - A Colina Escarlate, de Guillermo Del Toro, não foi exatamente um sucesso, de crítica ou de público. Então, por que acreditar que Kong mudará esse cenário?

"Nós temos aqui uma versão mais aventuresca e totalmente focada na ilha de Kong. A gente não vai sair dali e não quer ter uma relação direta com os outros filmes. Existem referências, claro, mas vamos contar uma história nova, com personagens e temas novos. O principal de tudo acho que é a época na qual o filme se passa, que é um período pós-Guerra do Vietnã. Isso fará toda a diferença para os personagens", disse o ator.

O embate dos EUA na Ásia é realmente o aspecto mais interessante do filme. Conforme o diretor Jordan Vogt-Roberts explicou minutos antes, a ideia é refletir em cada personagem uma consequência da guerra. "E não podemos esquecer que naquela época o mundo estava em frangalhos, mitos foram destruídos, os EUA viram que não eram superiores a tudo e todos - essa é a situação que eu quero exibir na trama dos personagens", revelou o diretor.

Hiddleston não esconde que a mistura entre guerra e fantasia o atraiu para o projeto. "Existe um mistério que vai além dos monstros e do próprio Kong. Há uma exploração sobre a condição humana naquela época e como nos víamos e ainda nos vemos. Acho que há muito mais no roteiro do que a ação, que é uma das melhores que eu já participei", contou o ator, que estará em boa parte das sequências frenéticas do longa.

O personagem dele é James Conrad, um habilidoso agente das forças especiais da Austrália, que se vê envolvido em uma missão na Ilha da Caveira. Suas técnicas não se resumem a armas ou artes marciais - rastrear inimigos e explorar o ambiente é a especialidade do sujeito. "Ele segue para o local por uma questão de dinheiro e desafio, mas lá dentro descobre muito mais e se envolve em coisas que vão revelar mais sobre o passado", disse.

Sem entregar muito, Hiddleston, que não escapou de nenhuma pergunta nos quase 30 minutos de entrevista, disse que esse é mais um passo em um grande universo de monstros. "Queremos sim fazer um universo de monstros, um mundo de fantasia diferente. Mas esse filme é uma história sozinha, algo que fecha em si e funciona muito bem se assistida separadamente. Os fãs de King Kong vão gostar das mudanças, é uma atualização que deixará todos muito felizes, podem acreditar", apostou o ator.

Kong: Ilha da Caveira chega aos cinemas brasileiros em 9 de março.

Confira mais da visita do Omelete ao set de Kong: A Ilha da Caveira.