Em entrevista exclusiva ao Deadline, o diretor James Cameron falou sobre os problemas que podem surgir para o cinema a partir da aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix.
"Olha, não é segredo que a Netflix meio que teve, de um jeito curioso, acomodar alguns cineastas como Guillermo del Toro e outros para manter um pé no lançamento em cinemas, mas acho que não é segredo que eles querem substituir esse tipo de lançamento", disse o diretor.
"Talvez isso aconteça e, sei lá, talvez eu seja um dinossauro", continuou. "Eu acho que tem algo sagrado sobre a experiência de ir ao cinema e a facilidade do streaming não é a resposta completa. Talvez o universo se ajuste ao redor desses dois princípios, mas não dá pra simplesmente destruir a ida ao cinema e eu vou me opor a isso."
"Isso tudo vai se ajustar, mas eu me mantenho firme na ideia de manter a experiência cinematográfica viva. Claramente, eu faço filmes com esse intuito", declarou o diretor. "Uma boa história é uma boa história. Se você colocá-la numa tela pequena, ainda é uma boa história. Você espia pelo buraco da fechadura, ainda é uma boa história. Mas a forma como o filme é feito para ser apreciado é no cinema, em 3D, com um fluxo ininterrupto de consciência, por três horas, porque é quando a emoção vai te inundar de uma forma que nunca vai acontecer num fluxo interrompido de uma tela pequena."
Cameron finalizou sua fala com uma frase de efeito que surpreendeu até a ele próprio: "No momento em que você pega o controle remoto e corta o filme, você perde metade do impacto. Bum! É isso! Eu nunca falei de forma tão concisa."