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Entrevista

<i>Simplesmente amor</i>: Omelete entrevista Richard Curtis e Hugh Grant

<i>Simplesmente amor</i>: Omelete entrevista Richard Curtis e Hugh Grant

CG
04.12.2003, às 00H00.
Atualizada em 15.11.2016, ÀS 06H03

Simplesmente amor
Love actually

Inglaterra, EUA, 2003
Comédia/romance
155 min.

Direção: Richard Curtis
Roteiro: Richard Curtis

Elenco: Hugh Grant, Liam Neeson, Colin Firth, Laura Linney, Emma Thompson, Alan Rickman, Keira Knightley, Rodrigo Santoro, Bill Nighy, Rowan Atkinson, Andrew Lincoln, Billy Bob Thornton

Richard Curtis

Hugh Grant

Richard Curtis é conhecido pelo público como roteirista de Um Lugar Chamado Notting Hill e Quatro Casamentos e um Funeral. Em seus filmes, não podem faltar música pop e muito menos Hugh Grant. Em Simplesmente Amor não é diferente. Só que com um detalhe importante: além de ter escrito o roteiro do filme, Curtis também estreou como diretor. Antes de começar a filmar a continuação do sucesso Bridget Jones (também com Hugh Grant no elenco, claro), Curtis e Grant conversaram com o Omelete, em Londres. Com uma típica xícara de chá com leite em mãos, eles falaram sobre as filmagens de Simplesmente Amor, que alcançou a maior bilheteria de estréia de uma comédia romântica na Grã-Bretanha.

Confira como foi o papo:

Quando você decidiu escrever sobre o Primeiro Ministro?

Richard Curtis: Bem no começo. Este filme tem dois papéis que eu já tinha decidido que ia escrever, um é o Primeiro Ministro e o outro é o papel de Colin Firth. Na hora que eu decidi escrever este filme, eu achei melhor ter algo central, em vez de várias coisas pequenas.

Você já imaginava os atores de cada papel?

RC- Os únicos papéis que eu escrevi pensando nos atores foram Hugh, Emma e Martine. Eu ficava imaginando os três enquanto escrevia.

Por que Hugh Grant como Primeiro Ministro?

RC: É muito óbvio. Porque ele é um galã.

Você já foi à casa do Primeiro Ministro? Você acha que seu personagem estava realmente apaixonado, ou estava apenas querendo tirar uma casquinha?

Hugh Grant - Eu acho que o Primeiro Ministro estava apaixonado mesmo. Não, nunca fui à Downing Street [N.E. Onde moram os Primeiros Ministros ingleses].

Curtis - A entrada da Downing Street foi o set mais caro que nós construímos.

Como foi ser dirigido por Richard Curtis?

HG - Foi uma decepção. (risos) Um dos principais talentos de Curtis é na sala de montagem, que é uma das coisas mais importantes que você precisa como diretor. Este foi o lado positivo. O negativo é que quando você está editando, a última coisa que você quer é a mesma reação nas cinco tomadas daquela cena. Você quer cinco formas diferentes de fazer aquilo! Então nós estávamos trabalhando em cima do roteiro, para tentar entender nossos personagens, como eles reagiriam em determinadas cenas, etc. Nós fazíamos isso em uns dois ou três takes, daí Richard chegava e dizia que queria tudo de um jeito completamente diferente. Isso muitas vezes nos deixava nervosos. Por exemplo, tinha a cena do Primeiro Ministro dançando, que, aliás, eu nunca quis fazer. E não era por causa da música, eu achava que não tinha como atuar naquela cena. Eu achava que era uma coisa engraçada no papel, mas que necessitava algo muito espontâneo e interior, não dava para fingir. E nós decidimos fazer sem ensaiar. É muito difícil para o diretor ou escritor concordar, mas era muito melhor fazer esta seqüência do nada do que reproduzir algo que alguém já tinha feito antes.

RC - Mas a coisa mais engraçada é que a sua vontade tornou a cena bem realista porque você se recusou a ensair e o resultado é realmente bastante espontâneo.

Como foi a escolha de Rodrigo Santoro?

RC - Foi uma escolha bem interessante porque eu tinha imaginado aquele personagem como um inglês e daí o diretor de elenco e o produtor disseram que seria algo muito comum. Ele não tinha muito o que falar, então nós queríamos que ele fosse meio misterioso e causasse uma sensação bem forte. E Rodrigo é um cara muito bonito mas que ao mesmo tempo é muito doce e acho que uma das coisas mais gostosas foi quando eu estava vendo este filme e senti que o público queria ver os dois juntos. E a parte que todo mundo mais dá risada é quando Laura está pulando na escada. E acho que ficou três vezes melhor porque o Rodrigo é este cara adorável e todos torciam para ver os dois juntos. Ficou melhor do que eu tinha imaginado, com um inglês de 35 anos. Demos muita sorte.

Você já conhecia o trabalho dele?

RC -Só vi algumas cenas. Eu não consegui ver o filme novo do Hector Babenco ainda, mas quero bastante ver como ele está neste filme.

O filme tem algo de autobiográfico?

RC- Ele é autobiográfico no sentiro de que são várias coisas que aconteceram com pessoas que eu conheço. Acho que o menino apaixonado é a parte mais autobiográfica, porque eu tive um problema amoroso aos 4 anos. Foi algo muito sério e era tudo o que eu conseguia pensar naquele momento.

Existe um caráter político neste filme...

RC - O caráter político é uma pequena idéia de humanizar nossos inimigos. Acho que quando você lê o jornal, começa a achar que as relações no mundo são motivadas por ódio e raiva. E eu tenho esta tendência de ver as coisas de outra forma. Acho que a política mundial deveria ser comandada por pessoas que conseguem se apaixonar. Cuidar dos seus filhos é uma coisa que você precisa se preocupar mesmo quando você está tratanto de política internacional. O personagem do presidente americano é uma grande piada sobre homens mudando a política internacional entre seus países.

No filme, você brinca com a figura de Margareth Tatcher. Você se inspirou em algum Primeiro Ministro?

HG - Não. É um personagem totalmente ficcional, não me inspirei em nenhum Primeiro Ministro

Foi difícil trabalhar com tantos astros?

RC - Pra ser sincero, não muito. Porque sempre existe aquele período de lua-de-mel e o bom é que nós nunca saímos destes dias. Quando eles perceberam como era trabalhar comigo, já tinha acabado. (risos)