Cidades no Estado do Kansas, nos Estados Unidos, estão sendo alvo de equipes de filmagem que se dizem ora "européias", ora "alemãs", e que estariam fazendo um "documentário sobre a cultura dos EUA". Não demorou muito para que crescesse a suspeita na Internet que essas equipes sejam uma só: a do comediante Sacha Baron Cohen.
sacha baron cohen
Espécia de continuação do sucesso estrondoso Borat, o filme de Bruno (outro dos personagens que Cohen encarnava nos esquetes do televisivo Ali G Show) está sendo rodado pelos EUA em esquema quase guerrilheiro, anônimo e em vários pontos do país. A suspeita de que o Kansas - estado sulista majoritariamente religioso e conservador - seja o alvo da vez começou quando incidentes ocorreram simultaneamente em um aeroporto e numa igreja.
No aeroporto de Wichita, na última sexta-feira, a equipe de filmagem arriou as calças, tirou casacos e, de shorts colado, começou a dançar, beijar-se e lutar no lobby. Segundo o Kansas.com, o assistente de direção de operações do aeroporto, Brad Christopher, disse que a equipe havia chegado no dia 18 e assinado um contrato, no valor de 1.050 dólares, para conseguir autorização de filmar no aeroporto.
Christopher, evidentemente, não sabiam de antemão do teor da filmagem. No momento do beijaço "impróprio", a segurança foi chamada e a equipe de filmagem, aconselhada a se retirar. Não houve maior atrito, segundo o assistente, porque nenhuma lei foi infringida. O aeroporto de Wichita agora estuda rever suas regras de autorização de filmagem no local.
Enquanto isso, também em Wichita, as filmagens em uma igreja foram mais traumáticas.
O pastor Greg Smith, da Central Community Church, disse ter sido contatado por uma equipe que desejava rodar um filme que seria exibido na Europa. Smith autorizou a equipe a registrar a peça de Páscoa que seria encenada na igreja, mas não percebeu quando a equipe começou a cobrir as câmeras de segurança do local com fita isolante.
Na hora da encenação, um dos membros da equipe apareceu vestido "biblicamente", segundo o pastor, mas coberto por correntes. Outro pastor, Clint Dunn, impediu que o sujeito entrasse no local, trancou a igreja e dispensou os outros presentes. "Não desejo que ninguém passe um dia por isso que nós acabamos de passar. Felizmente, Deus nos protegeu", disse Smith.
O Dallas.com tem reportagens em vídeos dos dois locais, incluindo a cena com a equipe cobrindo as câmeras de segurança da igreja. Confira.
Na cidade de Topeka, segundo a rede WBW, afiliada da ABC, outra igreja foi sondada para servir de alvo. Na ocasião, um dos membros da filmagem havia perguntado a uma local se ela já havia assistido a Borat antes, o que ajudou a aumentar as suspeitas.
Nos antigos esquetes da TV, o personagem Bruno é um austríaco especializado em cobertura de moda que sempre expõe ao ridículo os seus entrevistados - particularmente os homofóbicos. A Universal ofereceu 42 milhões de dólares a Cohen para a produção do filme, que ainda não tem data para estrear.