Hayao Miyazaki | Os 12 melhor filmes do fundador do Studio Ghibli

Quando falamos de alguém como Hayao Miyazaki, o maior diretor da história das animações e fundador do lendário Studio Ghibli, é fácil usar hipérboles. Só olhe a frase passada. Ainda assim, quando se trata do principal responsável por clássicos como A Viagem de Chihiro, Meu Amigo Totoro e, mais recentemente, O Menino e a Garça, faltam palavras com a carga necessária para descrevê-lo.

Miyazaki, afinal, não só ajudou a expansão mundial dos animes, como também construiu um vocabulário próprio para seu trabalho, e o de outros animadores, no Ghibli. Do conceito de ma aos infinitos trends recriando pratos e figurinos dos filmes, seu trabalho originou tudo, de pensamentos profundos a estéticas virais.

Agora, com o Ghibli Fest trazendo de volta para os cinemas não só os filmes de Miyazaki como também outros clássicos do estúdio, é inevitável repensar, revisitar e redescobrir toda a sua maravilhosa filmografia. Especialmente quando o longa-metragem que pode ter sido adeus é algo tão cheio de ecos do passado.

É preciso dizer isso tudo para especificar uma coisa: não há sequer um filme ruim entre os 12 que listaremos abaixo. Sim, há um "último colocado," mas Miyazaki é um daqueles artistas incapaz de fazer algo ruim. Há trabalhos menos inspirados, menos emocionantes e menos criativos, mas seu currículo é repleto de obras-primas.

Rankear os filmes de Hayao Miyazaki, então, é mais uma desculpa para falarmos sobre todos eles. Uma oportunidade de discursar sobre castelos no céu, amizades vindas do mar e vidas ao vento.

Quer reviver a magia desses clássicos na tela grande? O Ghibli Fest já está levando as obras de Miyazaki e outros mestres do Studio Ghibli para cinemas de todo o Brasil. Garanta seu ingresso e mergulhe nesse universo encantado: saiba onde assistir.

Talvez a única coisa que impeça O Castelo no Céu de estar mais alto nessa lista seja como seus personagens parecem versões incompletas de outros protagonistas de Miyazaki. O filme ainda apresenta alguns de seus visuais mais impactantes, inclusive uma sequência arrebatadora quando finalmente encontramos a tal fortaleza voadora. E aquela trilha sonora!

Feito antes do Studio Ghibli e baseado no clássico personagem Lupin III, um ladrão que diz ser descendente daquele Lupin, o primeiro longa-metragem de Hayao Miyazaki é um dos seus mais divertidos. A estrutura de filme de roubo dá ao diretor para imaginar diversas situações de aperto, e ver como Lupin escapa de cada uma delas é um verdadeiro prazer.

Miyazaki é conhecido por como ele imagina os céus, mas o mar também figura entre suas paixões. Ponyo é um dos trabalhos mais estranhos dessa lista, e também um dos testamentos para a infinita criatividade do diretor, assim como sua capacidade de comunicar história e tema, o que nesse caso é um remix de A Pequena Sereia focado em amizade, independente do conceito.

Em alguns sentidos, o grandioso épico dessa lista. Nauiscaä pinta um cenário vasto e distópico para Miyazaki discursar sobre um dos temas recorrentes em sua arte: o perigo da destruição ambiental. Entre alguns designs bizarros e marcantes para as criaturas, e um mundo que exala doença e odor, ele comunica sua mensagem primariamente pelo visual.

Um dos títulos mais populares que o Ghibli já lançou, e um dos mais encantadores. Além de ser um dos exemplos de como Miyazaki valoriza idosos em seus filmes, O Castelo Animado é uma explosão de charme que vai dos cenários aos coadjuvantes, mas tem seu ápice no protagonista Howl.

Um apaixonado por aviões e sempre vocal contra ditaduras, Miyazaki trafega entre essas duas coisas no hilário e empolgante Porco Rosso, que só não é o mais próximo que ele já chegou de um puro filme de ação por conta do #6. Enriquecendo a Europa entre as Guerras Mundiais com seu universo de pilotos e cigarros, Porco Rosso é um lembrete sempre válido: é melhor ser um porco do que um fascista.

Sombrio, relevante e intenso, Princesa Mononoke apresenta a mesma mensagem ambiental de coisas como Nauiscaä, mas com raiva e tristeza. Nessa estranha, poderosa e tocante aventura de ação, Miyazaki fez seu trabalho mais ambicioso e um dos melhores. O filme é, por vezes, difícil de assistir, mas isso só valida o impacto de sua história.

Não faltam exemplos de crianças nos filmes de Hayao Miyazaki, e ele sempre mostrou interesse no amadurecimento delas. O charmoso, pacato e apaixonante Serviço de Entregas de Kiki reconhece um dos lados difíceis desse processo como o trabalho. Não há grandes confrontos e desafios no filme, que tem uma das melhores trilhas de todo o Ghibli, mas sim um crescimento que reconhece o quão estressante pode ser passar por um dia após o outro.

Estranho, filosófico e reflexivo. O Menino e a Garça mostra um mestre olhando para tudo que fez, reavaliando sua vida e deixando uma última mensagem para quem vem depois dele. Além de estar recheado de ecos do Studio Ghibli, O Menino e a Garça trata da natureza de passar a vida criando mundos fantásticos e diz que nada disso pode substituir nossa realidade. Aproximando-se da sua morte, Miyazaki nos faz pensar em como devemos viver.

Por muito tempo, parecia que Vidas ao Vento seria o último filme deste gênio. E que despedida seria. Uma dura, linda e triste viagem pela difícil relação entre criar algo, e ver isso gerando consequências negativas. Além de mais uma vez falar sobre trabalho, aviões e o céu, seu único longa baseado numa figura real é uma forte reflexão sobre o Japão e a Segunda Guerra Mundial, que mesmo lidando com isso tudo termina proclamando nossa necessidade de viver.

É quase impossível escolher entre esses dois primeiros. Estes são, afinal, os clássicos pelos quais Miyazaki sempre será conhecido. A Viagem de Chihiro, outro filme que trata da entrada de jovens no mundo do trabalho e da nossa sociedade consumista, é a principal explosão de criatividade em sua carreira. Aqui, temos uma infinita sucessão de ideias, personagens, ambientes e sequências sempre surpreendentes e impressionantes, e no meio disso tudo, um lindo conto sobre amizade.

Se Chihiro é o grande exemplo do quão inventivo Hayao Miyazaki pode ser, Totoro é o filme no qual seu espírito está visível como nunca. Da ausência de conflitos ao deslumbramento da infância, da criação de personagens memoráveis ao encanto pelo campo verdejante, Meu Amigo Totoro representa tudo que faz de seu diretor um dos grandes ícones do cinema. Encontramos nesse passeio pela natureza e pelo amadurecimento necessário diante da morte um poema, e em suas rimas estão os principais elementos que fazem dos filmes dessa lista uma coleção de obras de arte.