Enquanto termina de filmar Hellboy 2, o cineasta mexicano Guillermo del Toro falou com jornalistas sobre dois dos seus projetos futuros: Nas Montanhas da Loucura e a refilmagem hollywoodiana de El Orfanato. E sobre um sonho: Frankenstein!
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Considerado infilmável por muitos, Nas montanhas da loucura, texto do mestre do terror Howard Philips Lovecraft (1890-1937), é o Titanic de Del Toro. Ele segue apreensivo em relação à adaptação: "A Universal adquiriu o projeto, que já é bom, porque o filme estava no limbo. Mas é um projeto de censura alta, caro, sem final feliz. Esse tipo de horror de grande escala, como era na época de Alien, O Iluminado e O Exorcista, uma hora vai voltar, e eu estarei pacientemente esperando minha vez".
"Se eu tivesse a liberdade de escolher, eu faria Montanhas imediatamente", prossegue. "Mas aprendi nos horríveis anos entre Cronos e Mimic e entre Mimic e Espinazo del Diablo que se eu esperar cada um dos meus projetos, levaria quatro anos para fazer um filme. Hoje entendo que, se eu mantiver quatro ou cinco projetos que eu realmente adoro em andamento simultâneo, um deles vai se tornar realidade."
Sobre a versão "made in USA" de El Orfanato - suspense espanhol com produção de Del Toro que está sendo exibido na 31a. Mostra de São Paulo e estréia no Brasil em fevereiro - ele foi econômico: "Não posso dizer quem são o diretor e o roteiristas, mas se eu conseguir quem eu procuro certamente vai fazer diferença. Não será o mesmo filme apenas assinado por um nome hollywoodiano. Será uma nova proposta". Del Toro produzirá o remake para a New Line Cinema.
Para completar, já que a Universal sugeriu abrir seu catálogo de monstros para Del Toro, o cineasta disse qual deles seria sua escolha: "O filme que eu mataria para fazer seria Frankenstein, mas fazê-lo na forma da tragédia miltoniana que a história é de verdade. Eu lembro de ter lido o roteiro de Frank Darabont [para o filme Frankenstein de Mary Shelley, de Kenneth Branagh, 1994], ilustrado por Bernie Wrightson, e pensar comigo mesmo, 'droga, já fizeram o que eu queria, estou ferrado', mas graças a Kenneth Branagh [cujo filme saiu totalmente diferente do roteiro de Darabont] ainda posso fazer esta versão".