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Confira 10 filmes para conhecer o cineasta brasileiro Glauber Rocha

Morte do diretor completa 40 anos neste domingo

22.08.2021, às 12H00.

Em agosto de 1981, o Brasil perdeu Glauber Rocha, um polêmico e brilhante cineasta. Rocha foi um dos idealizadores do Cinema Novo, movimento que, na década de 1960, propunha um cinema engajado na realidade do país e voltado para a transformação da sociedade. Glauber Pedro de Andrade Rocha nasceu em Vitória da Conquista (BA) em março de 1939. Em 1947, mudou-se para Salvador e começou a participar do teatro da escola. Rocha frequentou a Faculdade de Direito da Bahia, hoje a Federal, onde participou de um grupo de cinema amador.

O cineasta começou sua carreira como diretor em 1958, com o curta-metragem O Pátio, uma produção experimental de poucos recursos. O primeiro longa, Barravento, veio em 1961. A obra dele foi realizada no período que antecede ao golpe militar de 1964 e se estende à abertura política, no início dos anos 80, e todas as produções carregam com elas reflexos da sociedade e daquele contexto histórico.

Confira algumas produções de Glauber Rocha para conhecer a essência do diretor:

Pátio (1959)

Primeiro curta-metragem do diretor. O projeto experimental foi gravado com poucos recursos e mostra duas pessoas interagindo sobre um pátio quadriculado.

Barravento (1962)

Firmino (Antônio Pitanga) retorna de Salvador para a sua aldeia em Xéreu. As pessoas lá são pescadoras, cujos antepassados vieram da África como escravizados, e que mantêm a tradição do candomblé. Ao retornar, Firmino sente atração por Cota (Luíza Maranhão), ao mesmo tempo em que não consegue esquecer sua antiga paixão, Naína (Lucy Carvalho), que, por sua vez, gosta de Aruã (Aldo Teixeira). Firmino encomenda um despacho contra Aruã, que não é atingido. O alvo termina sendo a própria aldeia, que fica impedida de pescar.

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)

No filme, disponível no Telecine e Globoplay, Manoel (Geraldo Del Rey) é um pobre sertanejo que, num momento de revolta, mata o coronel que não cumpriu o combinado sobre a partilha de um gado. Obrigado a fugir, ele e sua esposa Rosa se unem a um grupo religioso enquanto entram na mira do assassino de aluguel Antônio das Mortes. Obra-prima de Glauber Rocha, o filme indicado à Palma de Ouro em Cannes é um dos grandes marcos do Cinema Novo Brasileiro.

Maranhão 66 (1966)

O curta-metragem de foi encomendado pelo político José Sarney em comemoração à sua posse como governador do Estado do Maranhão. Glauber, entretanto, entregou um projeto que ia totalmente contra o que Sarney esperava, pois as imagens mostravam uma realidade do estado que não o favorecia. No fim, o político não fez uso do curta.

Terra em Transe (1967)

Também no Telecine e Globoplay, este filme é um de seus mais relevantes feitos para o Cinema Novo, movimento popularmente conhecido pelo lema “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. A trama acompanha o escritor Paulo Martins (Jardel Filho) que decide apoiar o centralizador Porfírio Diaz (Paulo Autran) em sua busca pelo comando de Eldorado, na América Latina. Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes.

O Dragão Da Maldade Contra O Santo Guerreiro (1969)

A obra é uma das mais simbólicas do Cinema Novo. Ela acompanha Antonio das Mortes (Maurício do Valle), personagem apresentado em Deus e o Diabo na Terra do Sol. Na trama, o matador de aluguel aceita eliminar um grupo de cangaceiros que promoveu uma invasão ao Jardim das Piranhas. No entanto, uma revelação sagrada acaba fazendo com que o sertanejo reavalie suas prioridades. Indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes, o longa também está disponível no Telecine e Globoplay.

O Leão de Sete Cabeças (1970)

Lançado na França, o filme faz uma denúncia ao colonialismo e ao imperialismo na África. A história retrata um rebelde africano e um guerrilheiro latino-americano, que organizam uma revolução para libertar seu país.

Claro (1975)

Com cenas documentais e de ficção, o filme desmistifica a imagem turística de Roma e explora a periferia e as diferenças sociais e culturais da cidade.

A Idade da Terra (1980)

Inspirado em um poema de Castro Alves, o filme conta com a atuação de Tarcísio Meira e faz um retrato da situação política e socio-cultural do Brasil no final dos anos 70.

Cinema Novo (2016)

O filme documentário mostra a revolução estética, de linguagem e conceitual promovida pelos diretores que fizeram parte do Cinema Novo, movimento que mudou a forma de se fazer cinema no Brasil. Ele está disponível na Netflix.