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Entrevista

A Garota da Capa Vermelha | Omelete Entrevista Catherine Hardwicke

Diretora comenta seu filme, os figurinos e os dias que passou no Rio de Janeiro

26.04.2011, às 01H17.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H19

A Garota da Capa Vermelha (Red Riding Hood) é o novo filme de Catherine Hardwicke, que fez o primeiro filme da Saga Crepúsculo. Agora, ela está adaptando para as telonas algo mais clássico, modernizando a história da Chapéuzinho Vermelho. Em entrevista ao nosso correspondente em Hollywood, Steve Weintraub, do site parceiro Collider, Hardwicke falou sobre os dias que passou no Rio de Janeiro, como desenvolveu o figurino e a vontade de filmar em 3D.

Assista abaixo:

Eu estou cobrindo para o Omelete, que é lá do Brasil. Então a primeira pergunta é: você já esteva antes no Brasil?

Eu cheguei a ir ao Festival do Rio por 13 dias. E eu me acabei. Eu fui para todos os lugares, e admirei toda a aquitetura ao meu redor, como o Museu Aeroespacial. Eu pude surfar ali perto. Eu adorei. Eu também fui para as favelas. Eu tinha guarda-costas e queria ver tudo o que eu pudesse. Eu também fui a uma dessas churrascarias, embora eu seja vegetariana. Eu fiquei assustada de ver tanta carne "voando" sobre mim de todas as direções.

Você perdeu, eu sei que você é vegetariana mas as churrascarias são incríveis.

Eu vi, e aquilo tudo ficava na minha cara. É fantástico.

Mas falando deste projeto, o que você viu de especial nele?

Bem, eu adorei o roteiro que David Leslie Johnson escreveu porque continha uma história original, mas também continha toda uma intriga e uma rede de relações, segredos e mentiras, mistério. E um agente de fronteira entrando como o Gary Oldman. Também achei a história bem intrigante e que poderia ser algo muito sexy e divertido de se fazer.

Eu tenho que perguntar: foram três anos desde seu último filme.

Acho que uns dois anos e três meses para ser mais exata.

Você está certa. Este sempre foi o projeto que você estava pensando em fazer? Você pode falar sobre a origem deste projeto?

Eu estive trabalhando em outras coisas, como Hamlet, mas não conseguimos dinheiro. A parte do dinheiro não apareceu. Mas quando peguei o roteiro deste projeto, fui totalmente sugada para dentro. Eu pensei que esta seria a primeira chance na vida em que eu poderia criar o meu próprio mundo e universo. No meu primeiro trabalho em Los Angeles, eu esculpia miniaturas para Tim Burton. Eu sempre admirei os mundos que ele criava, então pensei: "Eu posso fazer igual desta vez". E eu também amei os personagens.

Uma das muitas coisas que são legais no filme é o figurino. Você pode dizer algo sobre o visual do filme, e o quão envolvida você estava nos detalhes?

Antes mesmo do filme ter o sinal verde, eu comecei a olhar... antes mesmo de termos uma figurinista ou qualquer pessoa... eu comecei a olhar desenhos de Alexander McQueen. Jeitos legais de misturar o vermelho com o cenário da floresta. O couro batido... as botas que o personagem do Shiloh usam. E eu comecei a pensar que isso ficaria bom. Ainda mais com a icônica capa vermelha, que é algo que ainda queima em nossos corações, e que inspira pintores por vários anos. E então a figurinista Cindy Evans apareceu e mergulhou no projeto. Nós fizemos um ótimo figurino para Amanda. Mais curto, sexy, com alças. E Julie Christie tem o mesmo corpo até hoje, então elas têm roupas parecidas. Ela é tipo uma vovó legal e moderninha que mora na floresta. Então começamos a entrar em todos os detalhes. O personagem de Shiloh tem essa peça de couro assimétrica e desconstruída, como se ele tivesse feito sozinho. A capa cobrindo um dos ombros. Acho que foi uma fase bem sexy.

Existem muitos filmes sendo feitos em 3D hoje em dia. Você já pensou em fazer isso em 3D, e o que você acha sobre o formato?

Na verdade, a primeira coisa que eu disse foi: "Vamos fazer em 3D". Pois eu queria fazer algo com muita perspectiva. Mas nós constatamos que demora muito mais e para o nosso orçamento não era nada prático. Mas eu adoro o formato e espero fazer um filme em 3D em breve.

Você está ligada a muitas coisas diferentes. Você acha que vai levar mais uns 2.3 anos para você fazer um outro filme?

Bem, na verdade, leva um ano e meio para se fazer um filme. Contando o tempo em que você gravou, editou e desenvolveu tudo. Mas eu já estou trabalhando duro em dois ou três outros projetos. Então cruze os dedos para que o dinheiro apareça.

Você já desistiu de Hamlet ou é algo no qual você voltaria atrás de tivesse o dinheiro?

Oh não! Eu amo o projeto do Hamlet e eu estou tentando fazê-lo acontecer. Ei, se alguém aí no Rio quiser dar alguns trocados... Ou então nos convidar para filmar lá... Oh meu Deus, seria um ótimo lugar.

Eu tenho certeza que vão postar isso. Obrigado pelo seu tempo, eu gostei muito e parabéns pelo filme.

Muito obrigada.