A trilha sonora é um elemento que faz diferença em qualquer bom filme. Alguns temas das telonas chegam a ser tão marcantes que não apenas se projetam para o público através delas, mas se tornam no imaginário popular sinônimos dos filmes a que se acoplam.
Relembre, a seguir, alguns casos em que o repertório musical roubou a cena, tornando-se tão (ou mais) importante quanto a própria narrativa:
Titanic (1997)
A obra de James Cameron definitivamente marcou época. Não apenas colecionou 11 Oscars, mas ficou também marcado como o primeiro filme a ultrapassar US$ 1 bilhão em bilheteria na história de Hollywood, permanecendo como a maior arrecadação cinematográfica mundial por mais de uma década.
Um êxito assim não poderia abrir mão de uma trilha marcante para chamar de sua – e esta foi “My Heart Will Go On”, canção de Celine Dion que embalou o romance dos protagonistas, Jack (Leonardo DiCaprio) e Rose (Kate Winslet), e alcançou um êxito quase tão grande quanto o do filme, sendo até hoje relacionada a ele.
O Guarda-Costas (1992)
A história de amor entre uma estrela da música (Whitney Houston) e o homem contratado para protegê-la a qualquer custo (Kevin Costner) converteu-se rapidamente em um clássico da sétima arte, recordado – e reprisado – até os dias atuais.
O show biz como pano de fundo da narrativa permitiu que sua protagonista interpretasse boa parte da trilha sonora, que rompeu recordes de vendas e chegou a superar vários dos álbuns solo da própria Whitney Houston. “I Have Nothing” e “Run to You” chegaram até mesmo a ser indicadas ao Oscar!
Mas não teve para ninguém: nenhuma música é mais lembrada ou mais marcante em O Guarda-Costas que a belíssima “I Will Always Love You”, tema do romance principal.
Dirty Dancing: Ritmo Quente (1987)
Impossível lembrar-se deste filme estrelado por Jennifer Grey e o saudoso Patrick Swayze sem pensar em “The Time of My Life”, que faturou o Oscar de Melhor Canção Original do ano seguinte.
No entanto, é preciso fazer justiça ao fato de o longa também possuir outros excelentes temas em sua trilha sonora, como a sensual “Hungry Eyes”, de Eric Carmen, e a melódica “She’s Like The Wind”, interpretada pelo próprio Swayze.
Um Amor Para Recordar (2002)
A clássica história da jovem certinha e religiosa (Mandy Moore) que inicia um romance improvável e redentor com o bad boy do colégio (Shane West) já era algo batida nos anos 2000, mas mesmo assim teve muito êxito entre os adolescentes da época.
Quem pegou carona nesse sucesso (exagerado, talvez) foi a trilha do projeto, com canções românticas mormente interpretadas pela protagonista – exemplo de “Cry” e “It’s Gonna Be Love” – aliada a temas da banda cristã Switchfoot, como “Only Hope” e “Dare You To Move”.
A Noiva de Chucky (1998)
O filme de terror que ressuscitou a franquia do Brinquedo Assassino, após a conclusão da trilogia original, é lembrado como o mais rentável da saga, embora não seja necessariamente uma unanimidade entre o fandom.
A trilha sonora, entretanto, é um acerto indiscutível da obra. Repleta de clássicos do rock internacional – vários deles de bandas com vocais femininas, como “Call Me”, de Blondie, e “Crazy”, de Kidneythieves, que refletem perfeitamente o espírito intenso e rebelde de Tiffany (Jennifer Tilly), a personagem-título.
Cinema Paradiso (1988)
Verdadeira carta de amor ao cinema, o premiadíssimo longa do diretor italiano Giuseppe Tornatore tem em sua trilha sonora quase uma obra à parte – e ao mesmo tempo indissociável da película para a qual foi produzida.
Assinada pelo genial Ennio Morricone, é repleta de instrumentais belos e marcantes, que falam diretamente com a história e demarcam alguns de seus momentos centrais – como o incêndio no cinema que quase vitima os protagonistas, Salvatore (Salvatore Cascio) e Alfredo (Philippe Noiret).
Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994)
Quentin Tarantino escolheu a dedo as músicas que embalariam este que é um de seus grandes filmes.
“Son of Preacher Man”, de Dusty Springfield, e “Misirlou”, tema de Dick Dale & His Del-Tones, não apenas casam perfeitamente com o teor da obra como se tornaram parte do próprio enredo.
Top Gun: Ases Indomáveis (1986)
O diretor Tony Scott (Chamas da Vingança) acertou em cheio ao delegar a Harold Faltermeyer (Tango & Cash) a trilha sonora deste icônico blockbuster, cuja bilheteria superou mais de 20 vezes o próprio orçamento.
Além da inesquecível “Take My Breath Away” – vencedora do Oscar de Melhor Canção Original –, o tema “Danger Zone”, de Kenny Loggins, também teve o devido destaque.
Carruagens de Fogo (1982)
O drama esportivo de Hugh Hudson (Revolução) foi o vencedor absoluto do Oscar de Melhor Trilha Sonora em seu ano de produção.
Boa parte desse êxito ficou concentrado no tema incidental criado pelo compositor grego neoclássico Vangelis, executado até hoje como hino das maiores competições olímpicas do mundo.
Os Embalos de Sábado à Noite (1977)
Um dos primeiros grandes êxitos da carreira de John Travolta – anterior, inclusive, a Grease (1978) – teve um repertório musical tão ou mais recordado que o próprio filme.
“Stayin’ Alive” e “How Deep is Your Love”, dos Bee Gees, e “Disco Inferno”, do conjunto The Tramps, foram alguns dos hits atemporais que despontaram para o gosto popular através deste longa de Robert Stigwood.