Entrevista exclusiva: Liv Tyler

Quando Liv Tyler entrou na sala, veio junto aquele silêncio constragedor. Desde que ela surgiu, no clipe da banda do papai Steve Tyler (do Aerosmith), ela chamava atenção pela sua beleza. Hoje, aos 25 anos, ela ainda tem jeito de menina e parece não estar muito preocupada em ser estrela. Pelo menos estava vestida de um jeito bem descontraído: all star, jeans e uma blusa coberta por um colete. Se aproveitando do nosso nervosismo, ela inverteu os papéis e começou a fazer perguntas, em vez de respondê-las...

Liv Tyler: Tá tudo bem com você? Você é tão quietinho.

Sim, tá tudo jóia.

LT: Você odeia estas entrevistas, ou acha legal?

Depende do entrevistado.

LT: É difícil para você também? É complicado ficar bolando idéias de perguntas?

Não é fácil, a gente tenta criar umas perguntas diferentes. Mas mesmo assim, você deve responder sempre as mesmas perguntas, não?

LT: Até que hoje tive perguntas bem variadas. Nos Estados Unidos é que as questões se repetiam mais. A única que todo mundo me perguntou foi se eu escolheria viver para sempre ou amar.

E qual a sua escolha?

LT: Eu prefiro amar a viver pra sempre. Não vejo muita graça em viver para sempre. Esta é uma das coisas que é tão dolorosa para os elfos. Eles já viram tantas coisas, tantos problemas e por isso eles não confiam nos humanos e estão indo embora.

Você teve de se preparar fisicamente para o papel?

LT: Eu tive um treinamento, mas praticamente não tenho cenas de ação. Vigo foi o que mais gostou, principalmente de andar a cavalo. Eu preferia saber mais sobre o figurino, a maquiagem. Mas isso não quer dizer que se eu tivesse que aprender algo para um papel específico, eu não o faria.

É a divisão entre o mundo dos meninos e o mundo das meninas?

LT: Acho que é, mas eu não sou tão menininha assim. Eu morro de medo de cavalos. Acho os animais lindos, adoro ficar ao lado deles, mas montar é algo muito difícil. Uma coisa que aprendi é que você tem de subir e mostrar ao cavalo que você está no comando e dizer para onde ir. Mas eu subia e deixava ele fazer o que queria. (risos)

E como foi fazer aquela cena em que você está cavalgando, fugindo dos Nazgul com Frodo em seus braços?

LT: A maior parte das seqüências no cavalo foi a minha dublê quem fez porque os cavalos tinham que disparar e eu nunca conseguiria fazer aquelas cenas. Eu tinha um outro cavalo, mais velho, bem mansinho, que pertenceu a vida toda a uma velhinha. Ele era muito fofo. Compará-lo com os outros cavalos é como comparar Porsches com um cadillac. (risos)

Depois da estréia do primeiro filme você recebeu vários elogios, mas como foi antes, já que sua personagem teve cenas que não estavam no livro?

Sim, houve muita falação, mas eu tinha que ignorar. Não era nada contra mim. E eles estavam bravos com uma coisa que eles nem tinham visto ainda. Era uma preocupação exagerada que foi criada pelos rumores que surgiam.

Nós nos baseamos nos apêndices. Ali está o detalhamento da história de amor entre Aragorn e Arwen. E tudo isso ajuda bastante a entender Aragorn. Arwen tem muita importância na hora que ele fica em dúvida sobre o que fazer.

Como você escolhe seus papéis?

Eu não trabalho só por trabalhar. Eu não sou uma atriz para me tornar rica e famosa. Gosto de interpretar personagens que mudem minha carreira e minha própria vida. Outra coisa importante é ter uma boa relação com o diretor porque eu não quero ficar três meses ao lado de alguém que eu não goste.

Não penso que algo grande seja necessariamente bom. Eu leio tudo o que eu posso, vivo lendo roteiros e procurando algo que me toque. Tem que ser o personagem interessante e uma história que valha a pena contar.

Que tipo de papel você gostaria de fazer?

Eu adoraria fazer um musical. Queria interpretar uma cantora. Sempre sonhei com isso, desde que eu era pequena. Eu toco um pouco de guitarra e piano, mas não sou música. Eu cantei no disco do Evan Dando [ex-Lemonheads] e vivo rodeada por músicos o tempo todo por causa de meu pai.