Sintonizada com a badalação em torno da Rússia por causa da Copa do Mundo, a TV Brasil põe em campo, a partir desta segunda-feira (18), uma retrospectiva de do diretor Karen Shakhnazarov, em cartaz hoje nos cinemas brasileiros com Anna Karenina: A História de Vronsky.
Apresentado para o mundo na disputa pela Palma de Ouro de Cannes de 1991 com Assassinato do Tzar, o cineasta é um mestre das cartilhas de gênero (o mistério, sobretudo), apoiado num olhar niilista sobre as convenções sociais. Começou a filmar em 1975, sob o jugo soviético, mas só ganhou status de autor e emplacou sucessos de bilheteria quando a União Soviética ruiu, em 1991.
A exibição da TV Brasil começa com o longa Tigre Branco, o maior sucesso dele. O Festival Shakhnazarov traz ainda Cidade dos Ventos (2007), do dia 19; Sonhos (1993), no dia 20; A Filha Americana (1990), no dia 21; e Noite de Inverno em Gagra (1985), no dia 25.
Em uma passagem recente pelo Brasil, Shakhnazarov gravou comentários para o canal educativo sobre cada um de seus longas-metragens. O material será exibido junto com os filmes selecionados.
De quebra, além dos longas de Shakhnazarov, a faixa de russos da TV Brasil reúne longas-metragens produzidos na antiga União Soviética, como os inéditos Vá e Veja (1985), filme de guerra com direção de Elem Klimov; O Retorno de Vassily Bortnikov (1952), drama histórico de Vsevolod Pudovkin; a comédia musical Primavera (1947), de Griori Aleksandrov; e o drama épico Aleksandr Nevsky (1938), de Serguei Eisenstein.
O cinema russo está no Brasil ainda em circuito comercial, representado por Dovlatov, uma comédia dramática de Alexey German Jr., sobre os dilemas de um romancista da URSS nos anos 1970. A produção ganhou o Urso de Ouro de melhor direção de arte e figurino no Festival de Berlim, em fevereiro.