Aproveite as ofertas da Chippu Black!

Veja as ofertas
Termos e Condições Política de Privacidade
Filmes
Crítica

Wicked: Parte 2 é desfecho apressado vítima de seu próprio fundamento

Sequência encanta com seu universo enquanto renuncia subtramas imprescindíveis

3 min de leitura
21.11.2025, às 09H40.

Visuais incríveis e músicas inesquecíveis fizeram de Wicked uma das melhores experiências cinematográficas de 2024. A estética e as belas vozes de Cynthia Erivo e Ariana Grande justificaram as quase três horas do longa-metragem original. Isso elevou as expectativas para a sequência, que já nasce com a missão de trazer uma trama mais profunda e que trace um destino para todos os caminhos que se abriram na estrada de tijolos amarelos do original. Porém, Wicked: Parte 2 não alcança esses objetivos — e parte da culpa é do material original.

Confira também o nosso Veredito!

O novo filme de Jon M. Chu é exageradamente sequencial, sem propor nenhuma nova ideia para o espectador. Do início ao fim, o que encontramos é puramente uma continuação de tudo o que a primeira parte da história começou — como a deserção de Elphaba (Erivo) e a parceria de Glinda (Grande) com o Mágico (Jeff Goldblum) e Madame Morrible (Michelle Yeoh) — e esse é o primeiro tropeço que o filme toma devido ao material do segundo ato do musical. Sem um enredo para chamar de seu, o longa-metragem se torna um “extra” do anterior, em vez de encontrar a própria razão de existir.

Como na peça, o grupinho de O Mágico de Oz é retratado como um bando desajustado e quase não tem tempo de tela, com exceção do Homem de Lata, que sempre teve uma participação relevante na trama. Essa escolha, reforçada ao longo do filme, justifica o fato de nenhum desses personagens ter sua história aprofundada, mas também contribui para a má impressão de que nada é realmente explorado na história.

Essa fragilidade, que replica o apressado segundo ato do musical, se mostra em vários exemplos, como no tornado que Madame Morrible lança contra a irmã de Elphaba. Apesar de o filme dar uma importância excepcional para esse momento, criando um clima sombrio em torno da situação, a cena seguinte mostra uma resolução extremamente teatral e anticlimática — um recurso que pode cair bem nos palcos, mas que não combina muito com o clima de um longa-metragem. 

Ainda assim, o filme repete sua virtude estética com figurinos deslumbrantes e cores que se encaixam perfeitamente, como em um grande vitral animado. Cynthia e Ariana repetem seus poderosos números musicais com direito a canções que não existem na peça. Até Jeff Goldblum e Michelle Yeoh têm seus momentos musicais, mesmo que sem o mesmo nível das protagonistas — o que ninguém nunca exigiu.

Mesmo com mais de duas horas, Wicked: Parte 2 parece estar correndo do início ao fim. Sem tempo de olhar para o lado, a produção segue sem parar para o desfecho de suas duas protagonistas, enquanto o resto é deixado para trás. Sem o mesmo brilho do primeiro filme, a sequência encanta pela sua beleza, mas perde força com um ritmo quebrado e tensões que não se mantêm até o fim. 

Nota do Crítico

Wicked: Parte 2

Wicked For Good

2025
137 min
País: EUA
Classificação: 10 anos
Direção: Jon M. Chu
Elenco: Jonathan Bailey, Michelle Yeoh, Cynthia Erivo, Jeff Goldblum, Ariana Grande