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Crítica

Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio | Crítica

Imersão da história por Tóquio geram um certo frescor à franquia, deixando para trás a mesmice da segunda parte

10.08.2006, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H47

Parece até piada, mas você sabe qual a diferença entre Jackass e Velozes e Furiosos: Desafio em Tóquio (Fast and Furious: Tokyo Drift, 2006)? A posição do aviso do tipo "não tente fazer isso em casa, pois todas as cenas foram feitas por profissionais". Na série e filme capitaneados por John Knoxville o aviso vem antes de todas aquelas idiotices. Na terceira aventura da franquia de carros tunados, ela aparece junto aos créditos finais. De resto, os dois projetos são bastante similares nos seus objetivos: foram pensados (e conseguem) divertir jovens homens sedentos por mulheres em trajes mínimos, música alta e, principalmente, adrenalina.

Para quem já não aguentava mais ver a história do tira canastrão infiltrado entre os rachadores para desbaratinar alguma operação ilegal, a boa notícia é que Paul Walker está fora. A história agora focaliza Sean Boswell (Lucas Black), garoto-problema criado pela mãe e que se orgulha em dizer "no dia que tirei minha habilitação levei minha primeira multa de velocidade. No dia seguinte ganhei meu primeiro racha." Já deu pra perceber que a única forma de motivar um cara destes é ligando o carro e pisando fundo no acelerador. E é justamente por isso que ele vai sofrer ao se mudar dos Estados Unidos para o Japão. Lá na terra do sol nascente o bom piloto não precisa saber apenas acelerar. Ele tem que conhecer seu carro e fazer curvas fechadas em alta velocidade, derrapando e queimando muita borracha. Bem-vindo ao universo do drift.

Assim como em qualquer lugar do mundo, é nas corridas ilegais que está o melhor do drift, e Sean não demora muito para se ver no meio deste cenário. Levado até este submundo pelo seu novo melhor amigo, Twinkie (Bow Wow), o gaijin ("estrangeiro" em japonês) vai logo se engraçando pra cima de Neela (Nathalie Kelley), que logicamente é a namorada do maioral do pedaço, D.K. (Brian Tee), sobrinho de um chefão da Yakuza (interpretado pela lenda-viva Sonny Chiba).

Mas o personagem mais interessante do filme é Han (Sung Kan), que faz o tipo übber-cool e empresta seu carro para o novato. Sem nunca ter participado de um drift antes, Sean logicamente destrói o veículo e fica devendo uma ao seu "patrocinador", que passa a utilizá-lo para recolher okanee ("dinheiro"). Han chega para ocupar o lugar que um dia foi de Vin Diesel, como "bandido-bonzinho", o que inclusive gera uma participação especial do Dominic Toretto (Diesel) no final.

Os novos personagens e a própria imersão da história por Tóquio geram um certo frescor à franquia, deixando para trás a mesmice da segunda parte. Mas a grande estrela é mesmo o drift, que teve suas cenas coreografadas pelo drifto emeritus Keiichi Tsuchiya, o verdadeiro D.K.. Todas as cenas em alta velocidade são empolgantes e servem para fazer esquecer os dramas baratos dos personagens e suas buscas por superação. O que conta aqui, todos sabem, é fazer o motor roncar alto e a borracha queimar no asfalto. Por isso é impossível imaginar um desfecho diferente do desafio final: "vamos resolver tudo isso num drift". E lembre-se: não tente fazer isso em casa!

Para saber mais sobre os carros do filme e o Drift, acesse o Fast Driver, nosso parceiro no portal iG.

Nota do Crítico
Regular