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Crítica

Unforgiven | Crítica

Remake japonês de Os Imperdoáveis troca pistoleiros por samurais e resulta igualmente inesquecível

ÉB
12.09.2013, às 07H23.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H37

Um dos melhores filmes estadunidenses, Os Imperdoáveis (Unforgiven, 1992) ganhou um remake japonês em Yurusarezaru Mono (2013), longa dirigido por Lee Sang-il, que também adaptou o roteiro original de David Webb Peoples.

imperdoaveis

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No faroeste revisionista, dois veteranos pistoleiros reúnem-se para um último trabalho, matar dois irmãos fazendeiros que retalharam uma prostituta. O filme, que completou 20 anos em 2012, foi dirigido e estrelado por Clint Eastwood, que disse adeus nele ao gênero que o consagrou e do qual virou personagem-epítome.

A versão japonesa faz igualmente um resgate, mas dos filmes de samurais. A trama começa no ano três da Era Meiji, com os soldados do Imperador caçando os últimos samurais leais ao Shogun. No papel principal deste novo Os Imperdoáveis está o ator japonês mais conhecido no ocidente, Ken Watanabe (A Origem, Batman Begins), que vive o mais letal desses guerreiros - Jubee Kamata - que consegue escapar e refugia-se em um litoral distante com a família, virando fazendeiro.

A ambientação troca o Velho Oeste dos EUA de 1880 pela mesma época, na ilha japonesa de Hokkaido, onde colonos japoneses tomam o espaço dos nativos Aniu e a lei não vê com bons olhos os ex-samurais.

O estofo histórico consegue ser ainda mais vasto que o do original. Como Os Imperdoáveis, a versão japonesa é sobre um gênero do cinema, mas aqui também sobre a formação social (e até étnica) de um país. O tempo todo discute-se o papel da honra, a vergonha da derrota e questiona-se por que o lado perdedor, os aliados do shogunato e suas katanas, não tem mais espaço no mundo moderno, forjado a balas.

O jovem que acompanha os dois veteranos (o outro, fazendo as vezes de Morgan Freeman, é Emoto Akira), é um dos Aniu nativos de Hokkaido - o que amplifica essa problemática histórica, já que existe a questão no preconceito dos colonos e o desejo de exterminá-los. Essa é uma das pequenas alterações na história que a adaptação faz para privilegiar afiliações e esse momento.

Tudo funciona perfeitamente, dos dilemas contextualizados à sensação de que se está assistindo a um clássico de samurai (não falta uma boa luta de espadas). O elenco liderado por Watanabe é igualmente excepcional, não devendo em nada ao filme de 1992. Trata-se, portanto, de uma adaptação rara, que se distancia dos temas conhecidos, ao mesmo tempo mantendo seu espírito e acrescentando novas discussões e escopo a eles.

Nota do Crítico

Bom
Érico Borgo

Os Imperdoáveis (2013)

Yurusarezaru mono

2013
13.09.2013
135 min
Faroeste
País: Japão
Classificação: 14 anos