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Crítica

American Pie 2 | Crítica

Uma seqüência torta

21.12.2001, às 01H00.
Atualizada em 10.11.2016, ÀS 20H03

O esquema você já conhece. Atores maduros de vinte e TANTOS anos interpretam adolescentes confusos de vinte e POUCOS anos, fazem coisas estupidas, daquelas que poucas pessoas fariam, e faturam muita grana com isso. Nada se leva a sério e, ao mesmo tempo, se leva MUITO a sério, já que o humor grosseiro rende bilheterias grossas, assim como as famosas seqüências. A história também é conhecida por todos que um dia já foram adolescentes. Situações engraçadinhas, garotas de calcinha, moleques de cueca, fartas sugestões sexuais e POUCA coisa explícita de verdade. Até o final você conhece. Depois de criar muito caso e fazer BASTANTE bobagem, os caras acham um "amor sincero" e tudo acaba bem.

Sendo assim, tudo estudado, tudo planejado, que graça teria acompanhar a continuação da saga de Jim e seus amigos? E olha que dessa vez nem torta aparece! Acontece que "American Pie" (de Paul Weitz, 1999) superou suas expectativas. O seu orçamento inicial se multiplicou por dez. Somente nos EUA, o filme arrecadou US$ 100.000.000,00 em bilheterias. Como grandes sucessos subentendem grandes continuações, "American Pie 2" (2001) não tardou a chegar.

Dirigida por James B. Rogers, assistente de direção de Weitz no primeiro filme, a continuação reapresenta o elenco e reprisa boa parte do argumento original. Antes, quatro amigos, encabeçados por Jim (Jason Biggs), se uniam num pacto juvenil - perder a malfadada virgindade antes de terminarem o colegial. Agora, devidamente iniciados, Jim e seus colegas universitários se juntam numa nova missão, fazer uma festança de verão, com direito a muito sol, bebida e, claro, mulheres.

No original, a força de piadas isoladas, tiradas REALMENTE engraçadas, era maior que a obviedade do roteiro. Nada como dar algumas risadas sem compromissos com uma trama decente. Acontece que as boas piadas de "American Pie 2" são mais raras. Elas se renovam, sem a mesma força. No lugar da famosa torta e dos pares de meia, entra um inconveniente tubo de cola. Na falta de uma flauta, um trombone serve como instrumento. Obviamente, não cabe aqui explicar a utilização prática de tais objetos fálicos. Só fica um aviso: dentro daquilo que se propõe, a seqüência não é tão boa quanto o original.

Nota do Crítico
Regular